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Vojvoda e a busca para suprir os "trabalhos de Hércules" no meio de campo do Fortaleza
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Vojvoda e a busca para suprir os "trabalhos de Hércules" no meio de campo do Fortaleza

Em 2024, o meio-campista jogou mais de 3 mil minutos sob o comando de Vojvoda e foi decisivo em partidas importantes. Em 2025, o treinador ainda busca o encaixe ideal para suprir sua ausência
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Hércules, volante que deixou o Fortaleza Esporte Clube (Foto: Mateus Lotif / Fortaleza EC)
Foto: Mateus Lotif / Fortaleza EC Hércules, volante que deixou o Fortaleza Esporte Clube

Uma das grandes incógnitas do ano passado voltou a assombrar o Fortaleza na temporada atual. Em 2024, o escrete vermelho-azul-e-branco viu o principal destaque do seu meio de campo deixar o clube antes dos jogos começarem, quando Caio Alexandre trocou a camisa tricolor do Leão do Pici pela do Bahia, e teve de se redesenhar.

Em 2025, em mais um adeus de uma peça crucial rumo a outro tricolor, o time de Vojvoda tem encontrado dificuldades para preencher a ausência de Hércules, vendido ao Fluminense. Se na mitologia seu homônimo precisava cumprir os clássicos “12 trabalhos de Hércules”, o volante ex-Fortaleza tinha inúmeras características que ainda não foram equiparadas pelo atual plantel ao tentar cumprir as “missões” que eram dele.

Ao todo, também são 12 os jogadores que podem jogar nas posições de volante e meia-armador — funções que já foram exercidas por Hércules — mo Fortaleza, e a disputa pela titularidade vem esquentando ao passar dos jogos.

Entre os postulantes à titularidade na faixa central, a unanimidade mais clara é argentino Pol Fernández, que chegou à Capital pouco depois da venda de Hércules, mas que não foi contratado como um substituto, postas as características diferentes. O Fortaleza só contratará outro nome para a posição caso apareça uma boa oportunidade de mercado.

O ex-camisa 35 era um volante mais moderno, que ataca os espaços na área adversária quando possível, enquanto o recém chegado tem mais característica de ditar o ritmo das jogadas.

Normalmente, Vojvoda tem dado preferência para Lucas Sasha ou Zé Welison — que não é tido como titular, mas soma mais minutos que os concorrentes — fecharem a dupla de volantes com Pol Fernández, enquanto Pochettino joga mais avançado. Pol, entre todos os jogadores de linha, só não tem mais minutos que Lucero e Mancuso em 2025.

Como primeiro ou segundo volante, Vojvoda já usou, na atual temporada, Pol, Sasha, Pedro Augusto, Zé Welison, Matheus Rossetto e Martínez – que também joga como meia-armador.

Na função de “camisa 10”, Vojvoda deu minutos para Calebe, Lucca Prior, Pochettino, Kervin e Dylan Borrero. Além deles, o meio-campista Kauan, que está disputando o Sul-Americano sub-20 pela seleção brasileira, também integrará o plantel.

O desempenho dos atletas escolhidos não é desesperador, mas evidencia a ausência de ganhos técnicos que eram causados por Hércules. A combatividade que o volante aplicava consegue ser feita por jogadores como Sasha e Zé, mas elementos como a capacidade de flutuação entre as linhas defensivas e ofensivas, além da adaptação rápida ao jogo para aproveitar espaços ainda não foram retomados.

Sem improvisar jogadores como Pochettino ou Martínez, o Fortaleza não tem volantes que pisem na área com a qualidade técnica de Hércules. Ainda assim, o maior agravante tático está em uma nuance que ficou clara no primeiro Clássico-Rei do ano: a lentidão nas transições entre ataque e defesa.

Defensivamente, o Fortaleza está desorganizado para evitar esse tipo de jogada. Ofensivamente, ainda se projeta bem, mas ainda não consegue executar de forma plena, como fez de trunfo em grande parte do Brasileirão de 2025. Aliando à dificuldade que vem tendo em partidas em que tem de propor jogo, Vojvoda vai precisar encontrar maior adaptabilidade na equipe.

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