Uma maratona de Clássicos das Cores se aproxima. A partir do próximo fim de semana, o Ferroviário vai duelar três vezes consecutivas contra o Fortaleza, sendo duas pelas semifinais do Campeonato Cearense e uma pela Copa do Nordeste. O Fortaleza tem o plantel de maior investimento e um trabalho mais longo com seu técnico, mas o Tubarão da Barra tem demonstrado nuances que vão de encontro às fragilidades do rival.
Comandado por Tiago Zorro, o escrete coral vive uma sequência positiva de atuações. A marca do português tem sido organizar um time com boa defesa de meta, que fecha bem a entrada da área, acompanhada de uma transição ofensiva veloz, ainda que não seja o que o treinador — que trabalha para ser mais agudo — deseje fielmente. A chave ofensiva é a busca por fazer a bola chegar ao atacante Allanzinho, principal destaque do Estadual até as quartas de final.
Outro caminho do Tubarão, por mais contraditório que pareça, é pelo ar. A bola aérea é um dos elementos de maior destaque do Ferroviário, especialmente buscando o zagueiro Jefão, que, mesmo sendo defensor, detém a vice-artilharia do campeonato, atrás apenas de seu companheiro.
Considerando apenas o Manjadinho, a dupla já soma sete tentos anotados, além de mais três assistências assinadas pelo camisa 11 — uma delas para o defensor. Além disso, as especialidades convergem em falhas recorrentes do Fortaleza, que trabalha para melhorar as transições defensivas e achar a dupla de zaga ideal.
Para Juan Pablo Vojvoda, técnico do Fortaleza, o confronto será, no mínimo, um bom teste para corrigir erros frequentes. O destaque ofensivo do Ferroviário, por exemplo, atua caindo bastante por dentro, mas é ponta de origem e prioriza atacar pelo lado esquerdo do ataque, atingindo uma região em que o Fortaleza tem deixado espaços com as subidas de Mancuso, que vai bem no ataque, mas demora a recompor.
A bola aérea defensiva do Fortaleza não gerou tantos gols para os adversários em 2025, mas apresenta problemas desde o ano passado. João Ricardo tem pecado em algumas saídas do gol, como fez no Clássico-Rei, além do posicionamento mal ajustado dos defensores em alguns momentos, como no gol sofrido ante o Horizonte. O Ferroviário deve buscar a bola aérea de Jefão sempre que possível.
Caso o Ferroviário — que já joga com uma linha de cinco na defesa — entre com uma proposta de linhas de marcação mais baixas que o costume, também pode dificultar o jogo, posto que o time de Vojvoda não tem demonstrado conforto em criar jogadas contra equipes mais recuadas.
O aspecto anímico também pode ser determinante. Mesmo com um time superior em termos de elenco, o Fortaleza chega para a partida com três derrotas seguidas. O Ferroviário pode chegar classificado ou eliminado na Copa do Brasil, posto que encara o Maracanã na quarta-feira, 26.