Quando a bola rolar a partir das 16h30min de amanhã, na Arena Castelão, para a primeira final do Campeonato Cearense de 2025, o Fortaleza terá o desafio de tentar evitar o cenário mais comum dos 11 Clássicos-Rei mais recentes e não permitir que o Ceará saia em vantagem no placar, o que aconteceu em oito ocasiões.
Deste recorte em confrontos diante do arquirrival, o Tricolor largou na frente em dois jogos — coincidentemente ou não, ganhou ambos. O primeiro foi em agosto de 2022, pelo Campeonato Brasileiro, quando venceu por 1 a 0, com gol de Moisés. Repetiu o feito em abril de 2023, na decisão do Estadual, e conquistou o triunfo por 2 a 1.
Nos outros embates, à exceção de um empate sem gols em março do ano passado, o Leão viu o Vovô balançar as redes primeiro e teve de correr atrás: conseguiu arrancar o empate três vezes e foi derrotado outras cinco.
"Apenas dados. De quantos jogos o Fortaleza saiu atrás do placar? Oito? Isso significa que temos que melhorar isso. O adversário sai mais ligado ou algo assim. Esses dados correspondem a muito tempo atrás, pois são 11 clássicos. [...] Sei que querem ganhar clássicos, vamos trabalhar para ganhar clássicos, mas vamos trabalhar também para que eles (torcedores) continuem felizes com o clube que torcem", avaliou o técnico Juan Pablo Vojvoda, após o primeiro Clássico-Rei da temporada, no mês passado.
O roteiro da partida pela primeira fase do Manjadinho deste ano, que acabou com vitória alvinegra por 2 a 1, foi semelhante ao de outros Clássicos-Rei recentes: o Ceará mostrou maior disposição e nível de concentração desde o apito inicial, impôs o ritmo de jogo e soube suportar a pressão tricolor.
Desta vez, portanto, o Fortaleza tentará inverter os papéis. Após uma sequência de quatro jogos sem vencer (três derrotas e um empate), iniciada justamente no clássico de fevereiro, o time de Vojvoda emendou dois resultados positivos sobre o Ferroviário e chega para a final com a confiança restabelecida e o desafio de quebrar o tabu de seis partidas sem derrotar o Vovô — quatro igualdades e dois reveses.
A primeira final também tem peso visando a segunda partida, já que largar na frente nos 90 minutos iniciais dá a vantagem para o jogo decisivo — do empate ou até de uma derrota, a depender do placar —, o que pode ser importante na estratégia do time no desfecho dos 180 minutos.
Além da necessidade de entrar alerta, sobretudo no sistema defensivo, para não repetir erros individuais e coletivos, o Leão terá de ser eficiente para aproveitar — ou criar — as brechas concedidas pelo rival. A habitual intensidade também não foi vista nos clássicos passados e será fator importante na tentativa de sair em vantagem na disputa pela taça estadual.
Para ter êxito em campo, o Tricolor precisará também de bom desempenho de peças-chave da equipe, como o goleiro João Ricardo, o zagueiro Kuscevic, o meio-campista Martínez e o atacante Juan Martín Lucero. O arqueiro, ex-Ceará, falhou no primeiro duelo da temporada e terá a chance de se recuperar; o camisa 9 tem boa média de gols diante do Alvinegro: quatro tentos em dez jogos.
"No jogo passado (contra o Ceará), não fizemos um bom jogo, eles foram melhores. Mas é jogo a jogo, agora chegamos diferente, eles também jogando bem e é por isso que, para mim, vai ser um grande jogo", disse o argentino Martínez, novamente titular do Leão e que pode dar uma outra dinâmica ao meio-campo.
*Jogos em que o Fortaleza abriu o placar