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Ceará busca empate em Clássico-Rei eletrizante, amplia tabu e é bicampeão estadual
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Ceará busca empate em Clássico-Rei eletrizante, amplia tabu e é bicampeão estadual

Com um a menos, Fortaleza sai na frente, mas Pedro Raul empata para o Vovô, que aproveita vantagem e conquista título do Campeonato Cearense pela 47ª vez
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Pedro Raul, aos 26 do segundo tempo, fez o gol do título (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Pedro Raul, aos 26 do segundo tempo, fez o gol do título

A hegemonia do futebol cearense é alvinegra. Pelo segundo ano consecutivo, o Ceará subiu ao lugar mais alto do pódio local e chegou ao 47º título estadual na história, ultrapassando o arquirrival Fortaleza. Superior no cenário geral dos 180 minutos de decisão, o time preto-e-branco usou o equilíbrio emocional e o comprometimento tático para levar a melhor.

Vovô e Leão protagonizaram mais um Clássico-Rei ontem, na Arena Castelão, e o time de Porangabuçu viu o Tricolor sair na frente, mas buscou empate com Pedro Raul e garantiu o bicampeonato cearense, já que tinha a vantagem na contagem geral — venceu o jogo de ida por 1 a 0.

A taça premia a campanha invicta dos comandados de Léo Condé, que obtiveram oito triunfos e um empate em nove partidas no Manjadinho. De quebra, o Ceará amplia o tabu no principal duelo do Estado: agora são oito partidas sem perder para o Fortaleza, com três vitórias e cicno igualdades. A equipe de Vojvoda, por sua vez, amarga o vice-campeonato novamente.

O eletrizante Clássico-Rei decisivo do Estadual teve de tudo: expulsão — uma anulada, outra válida —, suspense para confirmação de um gol pelo VAR e o brilho de um artilheiro: Pedro Raul, que chegou a Porangabuçu há um mês e já esbanja identificação com a torcida, além do faro de gol apurado.

Após a decisão de poupar os titulares no meio de semana, Ceará e Fortaleza tiveram estratégias diferentes para a grande decisão, até pelo placar agregado: Léo Condé repetiu a escalação, enquanto Vojvoda mandou o Leão a campo com quatro atacantes e retomou a velha parceria entre Brítez e Titi na zaga. Apesar da formação ofensiva do Tricolor, foi o Vovô que controlou as ações na primeira etapa.

A bela festa das torcidas nas arquibancadas, com volume no máximo, mosaicos, bandeirões e provocações, deixou o clima acirrado em campo. O Fortaleza assustou em chute de Moisés, e o Ceará levou perigo em cabeçada de Marllon, ambos oriundos de escanteios.

No banco de reservas, Condé gesticulava bastante e orientava os atletas, enquanto Vojvoda, mais pacato, assistia ao jogo e fazia intervenções pontuais, mas com pressa nas reposições de bolas laterais. O volante Zé Welison fez as vezes de auxiliar, conversando constantemente com Moisés, por exemplo.

O lance que mexeu com os torcedores na primeira etapa foi aos 30 minutos, quando o árbitro Rafael Klein entendeu que houve cotovelada de Matheus Bahia em dividida com Yago Pikachu e deu cartão vermelho. Rodrigo Nunes de Sá, responsável pelo VAR, orientou revisão, e Klein anulou a expulsão e puniu o lateral-esquerdo com cartão amarelo. A euforia tricolor virou frustração, e o temor alvinegro se transformou em comemoração.

No segundo tempo, o Clássico-Rei ferveu deixou as emoções à flor da pele nos dois lados. O Fortaleza voltou do intervalo com as entradas de Gastón Ávila e Diogo Barbosa, mas o zagueiro argentino ficou apenas cinco minutos em campo, pois foi expulso após carrinho em Fernando Sobral.

O Leão não esmoreceu diante da desvantagem numérica em campo e balançou as redes: Pikachu cobrou escanteio, Tinga tocou de cabeça, e Lucas Sasha, livre na pequena área, dominou, girou e bateu de perna esquerda no canto. A arbitragem assinalou impedimento, mas a revisão do VAR apontou que o volante tricolor estava em posição legal. Gol confirmado e esperança do Fortaleza retomada.

O Vovô, então, foi em busca do empate para evitar as penalidades e se postou no campo de ataque. Aos 19, Lucas Mugni cobrou falta cruzada direto para o gol, e João Ricardo espalmou para escanteio. Oito minutos depois, Fabiano cruzou na medida, Pedro Raul se desvencilhou da marcação de Tinga, cabeceou firme da marca do pênalti e viu a bola carimbar a trave antes de entrar. Explosão alvinegra no Castelão.

Na reta final do confronto, o Fortaleza não teve força física para pressionar — ficou com praticamente dois a menos após Kayzer se contundir sem poder mais ser substituído —, e o Ceará teve chances para ampliar, mas esbarrou no travessão. Inteligente para administrar a vantagem e eficiente para frear o Tricolor, o Vovô aguardou o apito final para celebrar o título do Campeonato Cearense pela 47ª vez.

Ceará 1x1 Fortaleza: ficha técnica

Ceará

4-3-3: Bruno Ferreira; Fabiano Souza, Marllon, Willian Machado e Matheus Bahia; Fernando Sobral, Dieguinho (Lourenço) e Mugni (Rômulo); Aylon (Nicolas), Pedro Raul (Guilherme) e Fernandinho (Galeano). Téc: Léo Condé

Fortaleza

4-2-4: João Ricardo; Tinga, Brítez (Gastón Ávila), Titi e Bruno Pacheco (Diogo Barbosa); Martínez (Renato Kayzer) e Lucas Sasha; Marinho (Pochettino), Lucero, Yago Pikachu e Moisés (Mancuso). Téc: Vojvoda

Local: Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
Data: 22/3/2025
Árbitro: Rafael Klein-Fifa/RS
Assistentes: Neuza Ines Back-Fifa/SP e Alex Ang Ribeiro-Fifa/SP
Gols: 13min/2ºT - Lucas Sasha (FOR); 27min/2ºT - Pedro Raul (CEA)
Cartões amarelos: Matheus Bahia, Pedro Raul, Dieguinho e Fabiano Souza (CEA); Marinho, Brítez e Yago Pikachu (FOR)
Cartão vermelho: Gastón Ávila (FOR)
Público e renda:

*Atualizada às 19h21min de 23/3/2025

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