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Haroldo celebra bi estadual, elogia Pedro Raul e confia em Ceará "competitivo" na Série A
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Haroldo celebra bi estadual, elogia Pedro Raul e confia em Ceará "competitivo" na Série A

CEO do futebol do Vovô destaca trabalho de Léo Condé, enaltece força coletiva do clube e aponta dificuldade de apontar rivais com orçamentos bem maiores no Brasileirão
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Haroldo Martins deu entrevista exclusiva ao Esportes do Povo, da Rádio O POVO CBN (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal Haroldo Martins deu entrevista exclusiva ao Esportes do Povo, da Rádio O POVO CBN

Bicampeão estadual como dirigente do Ceará, Haroldo Martins celebrou a conquista desse sábado, 22, elogiou o trabalho do técnico Léo Condé, destacou a rápida adaptação do atacante Pedro Raul, autor do gol do título, e projetou uma equipe competitiva na Série A, a partir da próxima segunda-feira, 31. O CEO do futebol alvinegro participou do "Esportes do Povo", da Rádio O POVO CBN, ontem, e também exaltou o bom funcionamento da "engrenagem de uma grande máquina" em Porangabuçu.

Na trajetória no Campeonato Cearense, o Vovô ganhou oito vezes e empatou apenas uma em nove partidas, levantando a taça de forma invicta. Foi a 47ª vez na história que o Ceará conquistou o Manjadinho, título este que fez o Alvinegro  se tornar o maior campeão do Estadual.

"A gente trabalha para esse momento de conquista de título. No final das contas, é isso que vai para a história", reconheceu Haroldo. "É o título mais próximo do ano, o título que a gente tem afetividade. E se a gente entra numa competição é para levar a sério mesmo", completou.

Do ano passado para cá, quando Haroldo assumiu o departamento de futebol do Alvinegro — primeiro como diretor estatutário, agora como dirigente remunerado —, o clube venceu o Estadual duas vezes e conquistou o acesso à elite do Campeonato Brasileiro. Na atual temporada, o time de Condé também já avançou à terceira fase da Copa do Brasil e tem classificação encaminhada na Copa do Nordeste.

"Não existe 'eu' no futebol. No futebol só cabe a palavra 'nós', é sempre trabalho coletivo. Todo mundo que está fazendo o Ceará é a engrenagem de uma grande máquina. Se alguma engrenagem não funcionar, a máquina vai ter problema", ponderou.

O Ceará já volta a campo amanhã, quando enfrenta o Bahia, às 19 horas, na Fonte Nova, em Salvador (BA), pelo Nordestão, mas os alvinegros também estão de olho no maior desafio do ano, que é o Brasileirão. Após duas temporadas na Série B, o clube de Porangabuçu está novamente entre os 20 principais times do País e medirá forças contra rivais de orçamentos bem maiores.

"A gente está numa evolução, é uma construção. A gente sabe que tem coisas a serem ajustadas ainda, não é porque ganhou que está com uma perfeição no trabalho", refletiu Haroldo Martins. "É claro que todo o nosso ano está voltado para a Série A, é a competição mais importante, que garante orçamento, garante disputa por competições internacionais", admitiu, apontando o dia a dia da comissão técnica como fator importante para o sucesso.

"O trabalho de campo do Léo Condé é muito bom, um trabalho fora dos holofotes, simples, mas muito bem feito e com apoio, claro, da estrutura que o clube entrega, os profissionais que estão ao lado da comissão técnica. A gente acredita, sim, que vai ser competitivo, é isso que a gente sempre esperou do Ceará desde que subiu: apesar da disparidade financeira, de todas as dificuldades que o futebol brasileiro entrega, a gente precisa ser competitivo e acredita que vai ser, sim", afirmou.

Sem confirmar se o Ceará ainda busca reforços no mercado da bola, o CEO do futebol do Ceará explicou a longa busca por um centroavante até a chegada de Pedro Raul, que soma cinco gols em seis jogos desde que chegou a Porangabuçu, há um mês, e foi o autor do gol do título do Cearense.

"A gente definiu os alvos, o Pedro Raul, sim, desde o início, esteve dentre esses alvos e a gente foi buscar negócio dentro da possibilidades do clube. Felizmente, no momento certo as coisas acontecem. Ele veio e parece que está aqui há três anos. Chegou bem, fazendo gols, gols decisivos. Muito bom, ele se encaixou facilmente no sistema de jogo do Ceará", comemorou Haroldo.

Parte da torcida do Ceará foi barrada de entrar na Arena Castelão para final do Campeonato Cearense
Parte da torcida do Ceará foi barrada de entrar na Arena Castelão para final do Campeonato Cearense

Torcedores do Ceará barrados e longas filas marcam final do Estadual

Mesmo com a conquista do bicampeonato estadual, parte da torcida do Ceará não teve uma boa experiência na Arena Castelão nesse sábado, 22. Alvinegros que tinham realizado check-ins ou estavam com ingressos em mãos apontaram erros graves na logística da final do Campeonato Cearense, como longas filas e até o fechamento de portões do estádio. Centenas de torcedores não puderam acessar a praça esportiva e ficaram na esplanada, impedidos de assistirem à partida.

Torcedor do Ceará, o analista de sistemas Francisco Leonardo Carvalho detalhou o problema enfrentado no Gigante da Boa Vista. Ele e a esposa, Roberta Melo, foram barrados de entrar nos portões R e N, mesmo com check-in feito. 

"Eu e minha esposa somos sócios do Ceará, chegamos ao estádio por volta das 16h30min. Nos dirigimos ao portão R, onde foi feito nosso check-in, e, quando estávamos na fila, a organização do estádio informou que a entrada pelo portão R estava bloqueada. Comentaram que a entrada só poderia ser feita pelo portão N devido à lotação", disse o alvinegro.

"Ao chegar ao portão N, o policiamento informou que todos os acessos ao estádio estavam fechados. Bloquearam a entrada e mandaram todos os torcedores se afastarem para evitar o uso de gás de pimenta. Então, retornei ao portão R e o carro de som informou que estava tudo bloqueado. Depois de algum tempo, a polícia começou a disparar balas de borracha para dispersar os torcedores e evacuar a esplanada", completou.

O torcedor relembrou ainda os problemas registrados no jogo contra o América-MG, na Série B de 2024, e fez uma alerta quanto aos duelos com potencial de grande público.

"Essa falta de respeito aconteceu também no último jogo da Série B do ano passado, contra o América-MG. Vai começar a Série A com grandes públicos e o sócio não vai ter segurança para entrar no estádio? O Ceará tem que responder por isso", desabafou ele.

Outro torcedor do Ceará que teve dificuldade para ter acesso ao Castelão foi Felipe Rodrigues, autônomo. De acordo com o alvinegro, ele e a esposa fizeram o check-in para o setor Especial, mas quando chegaram à Arena, notaram que a entrada havia mudado para o Portão L (Superior Central).

"A confusão começou no início da semana. A gente fez o check-in para o setor Especial, mas ficavam mudando o portão, do A para o A4, A3, e, quando chegamos lá, tanto o meu acesso quanto o da minha esposa estavam para o portão L. Como é que a gente faz o check-in para o setor Especial e, de repente, o check-in está para o portão L? A moça da catraca entrou em contato com o pessoal do Ceará. A gente ficou lá no sufoco. Sem contar que esse sistema (reconhecimento facial) está dando muito erro. Eu acho que eles se precipitaram com esse sistema, porque não se pode testar num jogo com superlotação. Quem sofre são os torcedores", comentou.

A Secretaria do Esporte do Estado (Sesporte) informou que não foi registrado lotação de público na Arena Castelão no jogo. Para além disso, afirmou que o mandante da partida — neste caso, o Ceará — é responsável pela operação e venda de ingressos.

Em entrevista ao programa Esportes do POVO, da Rádio O POVO CBN, Haroldo Martins, CEO de Futebol do Ceará, comentou sobre o episódio e pediu desculpas em nome da instituição. Segundo o dirigente, o Vovô fará um processo de ressarcimento aos torcedores lesados.

"Houve, sim, algum problema: fechamento de portões antes da hora, ingressos falsos e ingressos de outro jogo. Acaba que o justo paga pelo pecador. O clube se preocupou em registrar isso em B.O.(boletim de ocorrência) e haverá um processo de ressarcimento, assim como ocorreu no jogo contra o América-MG (Série B 2024). O clube está ciente e vai agir. Em nome do clube, peço desculpas", disse.

Já a Polícia Miliatar do Ceará afirmou, em nota, que "alguns torcedores foram impedidos de acessar o estádio para evitar a lotação máxima do local. A medida foi necessária para garantir a segurança de todos os presentes e evitar riscos de superlotação".

 

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