A vitória foi do Ceará, mas a noite pertenceu a Pedro Raul. O centroavante marcou os dois gols no triunfo alvinegro por 2 a 1 sobre o Vasco da Gama, ontem, pela quarta rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. Vegetti diminuiu, já nos minutos finais do segundo tempo.
Com o resultado, o Vovô apaga a má impressão deixada na derrota para o Juventude e assume a terceira posição do torneio, com sete pontos. Na próxima segunda-feira, dia 21, a equipe volta a campo para enfrentar o Bahia, na Arena Fonte Nova, às 20 horas.
O Alvinegro de Porangabuçu provou que posse de bola não é sinônimo de controle do jogo. Com uma proposta clara e bem executada, o Vovô se impôs desde o início da partida, demonstrando superioridade, principalmente, no primeiro tempo.
Apesar de ter menos tempo de bola nos pés, o Ceará foi quem mais levou perigo ao gol adversário. Sob o comando de Léo Condé, o time mostrou inteligência ao adotar uma estratégia de pressão na saída de bola do Vasco — abordagem que se revelou decisiva no lance que originou o primeiro gol.
A marcação adiantada surtiu efeito quando João Victor, pressionado, tentou um recuo arriscado de cabeça para o goleiro Léo Jardim. Atento ao erro, Lucas Mugni interceptou o passe, dominou com precisão e cruzou para Pedro Raul, que vive grande fase e não desperdiçou.
O gol simbolizou não apenas uma falha individual do sistema defensivo carioca, mas também o mérito coletivo do Vovô, que soube explorar as fragilidades do adversário com disciplina tática, intensidade e leitura de jogo.
A equipe alvinegra deu sinais claros de evolução e amadurecimento, conseguindo equilibrar combatividade na fase defensiva com eficiência e objetividade nos momentos em que teve a posse.
O Vasco, por outro lado, teve dificuldades para sair jogando com segurança e pouco ameaçou o goleiro Bruno Ferreira, mesmo controlando a posse de bola e tendo maior presença territorial. A falta de criatividade no último terço do campo, somada a erros técnicos sob pressão, evidenciou deficiências que ainda precisam ser corrigidas.
Na volta do intervalo, o torcedor presente no Castelão provavelmente não gostou do que viu nos primeiros 30 minutos da etapa final. Ao contrário do início de jogo, o Ceará passou a recuar e permitiu que o Vasco controlasse mais as ações, abrindo mão de buscar o segundo gol.
Fisicamente, o time dava sinais de desgaste, especialmente pelos lados do campo, com Aylon e Galeano visivelmente cansados. Léo Condé, atento à queda de rendimento, promoveu as entradas de Matheus Araújo e Guilherme — alterações que mudaram o panorama da partida. Com novo fôlego, o time retomou o controle e passou a não sofrer defensivamente. Pelo contrário, voltou a incomodar o adversário.
E ainda houve tempo para o protagonista da noite brilhar novamente: Pedro Raul. O camisa 9 alvinegro, aparentemente sem piedade do ex-clube, apareceu mais uma vez. Após cruzamento para a área, Guilherme escorou com precisão, e o centroavante finalizou com categoria. Nos acréscimos, Vegetti, de cabeça, diminuiu, mas nada que impedisse a vitória cearense.
Ceará
4-3-3: Bruno Ferreira (Fernando Miguel); Fabiano, Marllon, Willian Machado e Matheus Bahia; Fernando Sobral, Dieguinho (Lourenço) e Mugni (Matheus Araújo); Galeano, Pedro Raul (Rômulo) e Aylon (Guilherme). Téc: Léo Condé
Vasco
4-5-1: Léo Jardim; Paulo Henrique, João Victor e Lucas Freitas (Jean David) e Lucas Piton; Hugo Moura, Paulinho (Jair), Garré (Adson), Payet (Alex Teixeira) e Nuno Moreira (Rayan); Vegetti. Téc: Fábio Carille
Local: Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
Data: 15/04/2025
Árbitros: Denis da Silva Serafim/AL
Assistentes: Guilherme Dias Camilo/MG e Luis Carlos de França Costa/RN
Gols: 28min/1ºT e 35min/2ºT - Pedro Raul (CEA;) 47min/2ºT - Vegetti (VAS)
Cartões amarelos: Fabiano Souza, Matheus Bahia e Galeano (CEA); Paulo Henrique, Hugo Moura, Paulinho e Vegetti (VAS)
Público e renda: 22.693 presentes/R$ 479.424,00