Hugo Calderano fez história na manhã de ontem ao vencer o chinês Lin Shidong, número 1 do ranking, por 4 sets a 1 (parciais 6/11, 11/7, 11/9, 11/4, 11/5) e conquistar a Copa do Mundo de tênis mesa, disputada em Macau, na China. É o primeiro título do Brasil no torneio.
O carioca de 28 anos, número 5 do ranking, também se tornou o primeiro atleta campeão mundial fora fora da Ásia ou da Europa. Até a Copa do Mundo em Macau, o Brasil nunca havia conquistado uma medalha na competição.
Na campanha vitoriosa de Calderano até o título, um cearense também ajudou a construir esta história. Thiago Monteiro é um dos treinadores do novo campeão mundial.
"Não sei como consegui. É surreal. Antes do torneio começar eu não poderia imaginar. Eu já estava feliz de ter garantido uma medalha na semifinal. Venci o número 3 do mundo, depois o número 2 e agora o número 1. É uma coisa louca. Coloquei meu nome na história do tênis de mesa", celebrou Calderano em entrevista após a conquista histórica.
Na trajetória até o título, Calderano precisou superar o top-3 do ranking mundial. Ele superou o canadense Eugene Wang (65º), os japoneses Hiroto Shinozuka (29º) e Tomokazu Harimoto (3º) e os chineses Wang Chuqin (2°) e Lin Shidong (1°) para ficar com a medalha inédita de ouro na história do tênis de mesa brasileiro.
Na final, Calderano largou em desvantagem após perder o primeiro set para Shidong. O chinês levou a melhor com certa facilidade, fechando a parcial por 11 a 6.
Mas a partir do segundo set, o brasileiro começou a dominar o adversário. Mais agressivo, o carioca venceu o chinês com parcial de 11 a 7.
O terceiro set se desenhou de forma mais equilibrada, com os dois disputando ponto a ponto e empatando em 9 a 9. Mas o mesa-tenista brasileiro mostrou precisão para abrir mais dois pontos e fechar a parcial com 11 a 9 no placar.
No quarto set, Calderano superou Shidong com certa facilidade. Com amplo domínio, o brasileiro venceu a parcial por 11 a 4.
No set decisivo, o carioca prevaleceu e bateu o chinês por 11 a 5 para carimbar o título histórico.
A conquista em Macau coroa a volta por cima do brasileiro após a dura derrota na Olimpíada de Paris, em 2024, quando foi eliminado na semifinal para o sueco Truls Moregard. Na disputa pelo bronze, o carioca sofreu novo revés para o francês Felix Lebrun.
"Principalmente depois dos Jogos Olímpicos, foi muito importante ganhar esse título. Eu batalhei muito, sempre acreditei em mim. Se conversasse comigo há um mês, eu estava muito para baixo, estava mal", revelou.
"Ganhar do número um na final é uma coisa muito louca. É um resultado muito especial para mim. Agradecer a todos que torcem por mim no Brasil, minha família, meus amigos", completou Calderano.