O Ceará vem fazendo uma boa campanha na Série A 2025 e ocupa a quinta colocação na tabela de classificação, com sete pontos somados. O desempenho chama atenção principalmente pelo fato da equipe ter ficado dois anos longe da elite do futebol nacional.
Em campo, o time comandado por Léo Condé tem se mostrado compacto defensivamente — mesmo com alguns problemas, como a ausência de Matheus Bahia na lateral esquerda contra Juventude e Bahia — e letal na hora de finalizar, especialmente quando a bola está com Pedro Raul, artilheiro do Alvinegro com nove gols.
No entanto, nem tudo ocorre com perfeição. Isso porque o Vovô vem tendo dificuldades nos instantes finais dos primeiros e segundos tempos dos confrontos no certame. Até o momento, o time sofreu cinco dos seis gols nos acréscimos das etapas. O número corresponde a 83% dos tentos assinalados contra.
Uma prova da deficiência de concentração da equipe foi a derrota para o Bahia, na última segunda-feira, 21. A despeito do pênalti polêmico, a infiltração de um jogador adversário com tanta facilidade aos 53 minutos de jogo chama atenção negativamente.
No duelo anterior, contra o Vasco, o Ceará já havia sofrido um gol de Vegetti aos 47 do segundo tempo. O tento, daquela vez, não influenciou diretamente no resultado da partida, que foi vencida pelo time de Porangabuçu por 2 a 1.
Na terceira rodada, o Alvinegro visitou o Juventude em Caxias do Sul (RS) e chegou a sair na frente do placar, mas levou a virada com um gol marcado nos acréscimos do primeiro tempo e outro aos 18 da etapa complementar — este foi o único tento sofrido pela equipe fora dos minutos finais.
A vitória contra o Grêmio, na segunda rodada, marcou a única partida em que o Vovô não foi vazado na competição nacional. Por outro lado, na estreia foi quando se comprovou com maior alarde a falta de concentração do time dos momentos derradeiros. O Ceará abriu 2 a 0 no marcador diante do RB Bragantino e sofreu um empate com um tento marcado aos 46 minutos da 1ª etapa e outro assinalado aos 48 do tempo final.
Na oportunidade, Léo Condé chegou a lamentar o empate sofrido nos últimos instantes. "No final realmente eles conseguiram crescer. Vieram com o apoio do torcedor, lamentamos por estar na frente e ter sofrido o empate. [...] Fica um sentimento ruim, em razão de termos iniciado com 2 a 0, mas é sempre difícil jogar com o Bragantino aqui", avaliou o comandante à época.
Outro integrante do Vovô que fez um alerta para tal aspecto foi o zagueiro Willian Machado. Em declaração antes do jogo contra o Juventude — no qual o Alvinegro também sofreu do mesmo problema —, o camisa 23 destacou que "não dá mais para acontecer esse tipo de coisa".
"Especificamente daquele jogo (contra o Bragantino), fica a lição para quando a gente sair na frente, a gente estar atento em todos os momentos. Sofremos gols no final do primeiro e do segundo tempo, então sabemos que não dá mais para acontecer esse tipo de coisa", disse o defensor.
Comissão de Arbitragem da CBF vê acerto em pênalti para o Bahia; Ceará protesta
Com a penalidade marcada por Rafael Klein — após sinalização de Daniel Bins no VAR — já nos minutos finais do confronto entre Bahia e Ceará, que terminou em 1 a 0 para o time baiano, após Éverton Ribeiro converter a cobrança, a Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou um parecer positivo à decisão tomada.
O documento, com análise do Comitê Consultivo de Especialistas Internacionais (CCEI), foi divulgado na manhã de ontem, no site oficial da CBF. No arquivo, foi registrado que "o parecer técnico do Comitê Internacional é de que houve pênalti no lance citado. O atacante ganha a frente da jogada e é tocado por trás pelo defensor, que, ao cruzar a linha de corrida do atacante, atua sem precaução e cria o contato com o atacante, fazendo-o tropeçar".
A reunião virtual foi composta pelos árbitros Nicola Rizolli, Nestor Pitana e Sandro Ricci, além do diretor de Arbitragem da CBF, Rodrigo Cintra; e do integrante da Comissão de Árbitros da CBF, Fabricio Vilarinho.
A decisão da arbitragem gerou polêmica entre os torcedores, principalmente com a divulgação do áudio da cabine do VAR no momento do lance, no qual o árbitro de campo indica um "movimento natural" de Pedro Henrique mesmo após ver o vídeo, mas muda de ideia após insistência da arbitragem de vídeo.
O técnico Léo Condé, na coletiva pós-jogo, e o CEO do futebol Haroldo Martins, em pronunciamento, criticaram a decisão da arbitragem.
“Acho que não foi pênalti. De modo geral, acho que a nossa arbitragem está muito confusa nesse momento. Essa é a grande verdade. Tem lance que marca num jogo, não marca em outro, sabe? Tem lance que deixa para o árbitro de campo resolver, tem lance que o VAR que chama”, opina Léo Condé.
"Nos sentimos prejudicados, porque desenvolvemos um trabalho sério e viemos aqui para pontuar. Fizemos um grande jogo para no fim sairmos sem pontos da forma que foi, com um lance revisto inúmeras vezes para buscar um toque que não vimos. A sensação é de indignação geral", disse o dirigente.