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Hugo Calderano valoriza peso do título da Copa do Mundo: "Campeão para sempre"
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Hugo Calderano valoriza peso do título da Copa do Mundo: "Campeão para sempre"

Mesa-tenista brasileiro compartilha alegria pela conquista inédita, deve reduzir número de partidas por ano e diz que "mais sol" para fugir do frio alemão
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Calderano fez história com conquista inédita (Foto: Alexandre Loureiro/COB)
Foto: Alexandre Loureiro/COB Calderano fez história com conquista inédita

Hugo Calderano viveu o auge de sua carreira no último fim de semana. O título da Copa do Mundo de tênis de mesa, diante do número 1 do mundo, o chinês Lin Shidong, colocou o nome do brasileiro para sempre na história do esporte.

De um momento em baixa, como destacou logo após a vitória em Macau, o atleta muda sua postura nesse momento pós-título, pensando em ter mais descanso na rotina de treinos e viagens, em busca literalmente de "mais sol" até a Olimpíada de Los Angeles-2028.

"Uma onda de alegria, de felicidade", classifica o atleta sobre o título, em entrevista coletiva ontem. "Um pouco de satisfação de ter conseguido uma coisa tão grande no tênis de mesa. Imediatamente, após vencer, percebi que me tornei campeão da Copa do Mundo para sempre. Uma sensação de ter deixado meu nome na história do esporte".

A frase de Hugo não é à toa: o brasileiro se tornou o primeiro campeão masculino não asiático ou europeu a disputar e ganhar uma final de Copa do Mundo na história. No pódio, a bandeira brasileira foi hasteada entre os rivais chineses. Midiático entre os fãs do esporte no continente asiático, foi a primeira vez que ele celebrou um título deste peso diante dos rivais.

Nos próximos meses, Calderano terá os últimos jogos pelo Liebherr Ochsenhausen, clube da Alemanha, que defende desde 2014. A Bundesliga, o Campeonato Alemão da modalidade, será a última competição do brasileiro, que terá a semifinal neste fim de semana e, em caso de classificação, disputará a decisão em junho.

Após isso, Calderano ainda não tem um caminho trilhado, mas tem um plano em mente: menos viagens entre Ásia e Europa — onde as principais competições são disputadas — e mais tempo com familiares e amigos.

"Não tenho nada confirmado. Essa decisão foi pensando em ter um tempo mais tranquilo, mais liberdade. Coloquei esse objetivo, de brigar por títulos pelo meu clube, por tudo que já vivi, queria brigar por títulos. Ano que vem será um bom ano para jogar menos, ou até não jogar por um clube", afirma o mesa-tenista.

Além disso, em maio, a chave vira: do título da Copa do Mundo, o brasileiro foca na disputa do Campeonato Mundial, que acontecerá em Doha, no Catar. Ele terá a presença da seleção brasileira, do técnico cearense Thiago Monteiro, que o acompanhou em Macau, para a disputa. O título na Copa também garantiu a ele um status melhor na competição, colocando-se como o terceiro cabeça da chave na disputa.

"Será o próximo grande objetivo. No meu caso, que tenho um jogo mais agressivo e ambicioso, o importante é estar na minha melhor forma, para ganhar de qualquer um. O foco continua a ser os Jogos Olímpicos, conseguir uma medalha. Quanto mais tempo no topo, mais chances de conseguir esse objetivo e uma medalha", diz. Em Los Angeles-2028, ele terá 32 anos. Pelo lado físico e mental, não quer se desgastar em busca de medalha, para desfrutar de sua carreira.

No tênis de mesa, os atletas sempre treinam com outro jogador. Para Hugo, é importante que os rivais no CT estejam do mesmo nível daqueles que encontrará na competições — em sua maioria na Ásia. Por isso que ainda mora na Alemanha, situação que deve mudar nos próximos meses.

A tendência é que ele diminua o número de torneios disputados por clubes, preservando-se para a Olimpíada. Além disso, o brasileiro quer mais "sol" em sua vida, depois de longos anos sob o frio e a chuva do clima europeu. "Um ciclo se encerrou na Alemanha. Fiquei muitos anos no clube, com grandes técnicos, mas tanto o clube quanto minha equipe sofreram uma grande mudança. Muitos dos atletas se mudaram e foram treinar em outros clubes. Agora, preciso reconstruir minha equipe", analisa.

"Ainda não sei exatamente como vai ficar. Felizmente, foi muito bom com o Thiago Monteiro para reconstruir. Vou experimentar treinos diferentes, passar mais tempo em lugares com sol, isso faz muita falta. Saiu um sol, já chego no treino com mais vontade e mais feliz. Infelizmente, na Europa, é neve e chuva", brinca o mesa-tenista.

Desde a Olimpíada, em que lamentou a eliminação na semifinal, sem obter uma medalha, Calderano contou com o apoio de amigos e familiares para se recuperar. "Sempre confiei bastante no tempo", diz. Em Macau, a recuperação do mesa-tenista impactou na própria organização do esporte no país asiático.

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