Carlo Ancelotti será o treinador da seleção brasileira de futebol masculino. O anúncio oficial aconteceu ontem. Aos 65 anos, o italiano vai assumir o cargo no próximo dia 26, e deve permanecer à frente do elenco até o final da Copa do Mundo de 2026, que será realizada no Canadá, nos EUA e no México.
Dono de cinco títulos de Liga dos Campeões — três pelo Real Madrid e dois pelo Milan —, Ancelotti será o quarto treinador a comandar a seleção neste ciclo de Copa, após as passagens do interino Ramon Menezes, de Fernando Diniz e de Dorival Júnior, que foi demitido no final de março.
"Trazer Carlo Ancelotti para comandar o Brasil é mais do que um movimento estratégico. É uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio. Ele é o maior técnico da história e, agora, está à frente da maior seleção do planeta. Juntos, escreveremos novos capítulos gloriosos do futebol brasileiro", disse Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Apesar de italiano, o treinador tem uma longa relação com o Brasil, já tendo trabalhado com craques como Cafu, Dida, Kaká, Marcelo e Ronaldo, e ter treinado nomes de ciclo recente da seleção, como Casemiro, Eder Militão, Richarlison, Rodrygo e Vinicius Junior.
"O Ancelotti é um dos melhores treinadores que eu tive. (Ele) Me fez performar da melhor maneira possível. O que admiro muito nele é a capacidade dele de gerir pessoas, e não só pessoas, são grandes talentos com grandes egos e ele faz essa gestão muito boa", disse Kaká ao portal UOL. Sob comando do italiano, o ex-meia foi campeão europeu em 2006/2007 pelo Milan, no ano em que foi escolhido melhor do mundo.
Como jogador, Ancelotti enfrentou o Brasil em três oportunidades, mas em nenhuma delas vestia a camisa da seleção italiana. O primeiro encontro aconteceu em 1989, em um amistoso entre o Brasil e o Milan de Arrigo Sacchi. A partida, que terminou em 0 a 0, fazia parte de uma série de duelos preparatórios que a equipe de Sebastião Lazaroni realizou antes da Copa de 1990.
No ano seguinte, o então meio-campista integrou a seleção do "resto do mundo" contra o Brasil, comandado pelo seu ex-companheiro Paulo Roberto Falcão, em um jogo que comemorava os 50 anos de Pelé. A equipe nacional saiu derrotada por 2 a 1.
Em 1992, Ancelotti fez um amistoso para se despedir dos gramados e o adversário de sua aposentadoria foi o Brasil, que, já comandado por Carlos Alberto Parreira, venceu por 1 a 0, com gol de Careca.
Após a aposentadoria, o italiano se tornou auxiliar de Arrigo Sacchi na seleção nacional. O reencontro com a Amarelinha aconteceu na grande final da Copa de 94: 0 a 0 no tempo normal, sem gols na prorrogação e, com o icônico pênalti perdido por Roberto Baggio, o título ficou com o Brasil.
O italiano deve começar a trabalhar na seleção no dia 26 de maio, logo após o fim do Campeonato Espanhol. Contudo, como a lista de convocados deve ser enviada no dia 18 de maio, Ancelotti deverá se reunir com Rodrigo Caetano, coordenador geral das seleções masculinas, e Juan, coordenador técnico, para definir os escolhidos para as próximas duas partidas das Eliminatórias.
A estreia de Carleto acontecerá no dia 5 de junho, contra o Equador, em Guayaquil. Após o duelo contra La Tri, o italiano comandará o seu primeiro jogo em casa, contra o Paraguai, no dia 10 de junho, na Neo Química Arena, em São Paulo (SP).