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Orgulho LGBTQIAPN
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Orgulho LGBTQIAPN

|Diversidade| Uma rebelião em um bar nos Estados Unidos atuou como um marco histórico e inspirou avanços importantes para a comunidade
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Após dois anos de pandemia, 27ª Parada do Orgulho LGBTI ocorre no Rio (Foto: )
Foto: Após dois anos de pandemia, 27ª Parada do Orgulho LGBTI ocorre no Rio

Um dia que muda tudo. É assim que pode ser considerado o 28 de junho de 1969, quando ocorreu a chamada Rebelião de Stonewall — em Manhattan, nos Estados Unidos. Revolta histórica é um divisor de águas para a comunidade LGBTQIAPN e transformou mundialmente junho no mês do orgulho.

Batidas policiais como a daquele dia eram rotineiras, visto que a homossexualidade ainda era tida como doença e todos que fugiam dos padrões impostos por religião e moral eram vistos como criminosos. Cansados do tratamento ao qual eram submetidos, os frequentadores do bar se revoltaram contra policiais e iniciaram um levante, reagindo à forma violenta como os agentes estavam agindo. 

Movimento ocorreu em um bar chamado Stonewall Inn, que acolhia grupos marginalizados socialmente. Naquela data o local passou por uma batida policial na qual alguns funcionários foram agredidos, presos e levados sob custódia. Entre eles trans e drag queens que, segundo agentes, não usavam roupas "adequadas" para o gênero atribuído ao nascimento, como mandava a lei.

Reação inspirou outras, visto que no dia seguinte ocorreu uma série de mobilizações ao redor do bar e em diversos outros pontos da cidade, reunindo milhares de pessoas contra o preconceito, o autoritarismo e a repressão. Episódio foi tão marcante que, no aniversário de um ano em que ele aconteceu, no dia 28 de junho de 1970, uma multidão marchou do bar até o Central Park para relembrar o levante. 

Essa foi considerada a primeira Parada Gay dos Estados Unidos e consagrou aquele como o Dia do Orgulho LGBTQIAPN . Levante foi relembrado nos anos seguintes e segue até hoje como um marco na luta da comunidade. Em 2016 o bar passou a ser considerado monumento nacional dos Estados Unidos. 

Para Andrea Rossati, presidenta da Associação de Travestis e Mulheres Transexuais do Ceará (Atrac), a revolta foi um marco que deu uma simbologia a junho, retratando o orgulho em "resistir para existir".

"É um mês muito simbólico pra gente que faz parte da comunidade LGBTQIAPN . O movimento surge na busca pela liberdade de existir, porque é isso que a gente busca, pelo direito de estarmos vivas, de sermos quem somos", destaca. "É por políticas públicas concretas, de todos os níveis que possam implementar uma verdadeira cidadania para uma população que sofre muito preconceito e vulnerabilidade social". 

De fato, após a rebelião a comunidade conquistou direitos e teve avanços importantes, como a retirada da homossexualidade da lista internacional de doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1990. No Brasil, por exemplo, é permitido o casamento civil de pessoas do mesmo sexo e a LGBTfobia é equiparada como crime de racismo. Também já é garantido o direito ao uso do nome social.

Lia Felismino, defensora pública, considera esses avanços importantes pelo fato de terem "uma dimensão social para além do direito individual das pessoas".

"Além de promover o direito individual das pessoas isso tem um potencial social enorme do ponto de vista da perspectiva de redução de preconceito, de visibilidade dessas pessoas, das suas histórias, das suas trajetórias", destaca a assessora de Relacionamento Institucional da Defensoria Pública do Ceará (DPCE).

Marcos históricos para a população LGBTQIAPN no mundo e no Brasil

17 de maio de 1990: A homossexualidade é retirada da lista de doenças da Organização Mundial da Saúde em 1990 (CID 10).

28 de junho de 1997: Ocorre aprimeira Parada do Orgulho Gay no Brasil, em São Paulo.

22 de março de 1999: Conselho Federal de Psicologia proíbe "cura gay"

17 de maio de 2010: Acontece a primeira Marcha Nacional contra a Homofobia, em Brasília

5 de maio de 2011: Supremo Tribunal Federal (STF) reconhece união homoafetiva como família

1º de março de 2018: O STF autoriza a modificação de nome e sexo no registro civil sem cirurgia, laudos e ação judicial.

18 de junho de 2018: A OMS retira a transexualidade da lista de doenças mentais da Classificação Internacional de Doenças (CID).

13 de junho de 2019: No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) decide pela equiparação da LGBTfobia como crime de racismo.

Fonte: Fundação Fernando Henrique Cardoso (FHC)

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