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As condenações de Robinho e Daniel Alves
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As condenações de Robinho e Daniel Alves

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Condenados por crime sexual, Robinho foi julgado na Itália e vai cumprir aqui no Brasil; Daniel Alves conseguiu liberdade provisória
 (Foto: Ivan Storti/Santos FC e Ulises Ruiz/AFP
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Foto: Ivan Storti/Santos FC e Ulises Ruiz/AFP Condenados por crime sexual, Robinho foi julgado na Itália e vai cumprir aqui no Brasil; Daniel Alves conseguiu liberdade provisória

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No universo do futebol há uma célebre frase de Diego Maradona: "A bola não se mancha". Por muito tempo, o falecido camisa 10, assim como muitos torcedores, acreditou que o futebol não era capaz de ser estragado pelos "problemas mundanos", mas antes mesmo de sua partida o argentino refutou a própria afirmativa. Sim, a bola se mancha.

Ademais os episódios de racismo, homofobia, machismo e tantos outros problemas sociais, o meio do futebol, como um recorte cru da sociedade, passou muitos anos naturalizando a cultura da violência contra a mulher. Resultado disso são centenas de históricos, dentro e fora do Brasil, de jogadores e profissionais do meio acusados de violência sexual. Robinho e Daniel Alves são apenas a ponta do iceberg.

Como homens, portanto crentes no patriarcado, os dois tentam fugir das próprias responsabilidades. Na época dos respectivos julgamentos, ambos tiveram até o mesmo enredo de inicialmente negar o acontecimento e depois justificar que a relação sexual não fora forçada, mas as provas dos processos demonstraram o contrário.

Agora, o primeiro, após ser condenado em todas das instâncias na Itália, foi sentenciado pelo Superior Tribunal de Justiça a cumprir pena no Brasil, mas tenta recorrer com um pedido de habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal. Já o segundo conseguiu liberdade provisória por meio do pagamento de uma fiança de 1 milhão de euros.

Ainda que seja lamentável a definição de um preço em moedas a ser pago pelo crime de estupro após todo um processo na Espanha, com uso de um rígido protocolo, é necessário se avaliar que diferentemente de outrora agora a bola, como a sociedade, cobra desde a justiça pela vítima até o posicionamento.

E somente com essa cobrança é que o universo esportivo pode vir a ser um pouco menos violento com as mulheres. É um primeiro passo, de uma maratona que ainda precisa ser trilhada, mas ele foi dado.

 

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