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Funcionários tentam impedir que Caixa transfira loterias a subsidiária
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Funcionários tentam impedir que Caixa transfira loterias a subsidiária

|IMPASSE | Caixa Econômica Federal afirma que quer dar agilidade às lotéricas, funcionários temem privatização
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CONSELHO da Caixa vota hoje mudanças nas lotéricas (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS CONSELHO da Caixa vota hoje mudanças nas lotéricas

Associações de funcionários da Caixa Econômica Federal enviaram uma carta ao presidente do conselho de administração do banco, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, pedindo para que os membros do colegiado votem contra a transferência das operações de lotéricas do banco para uma subsidiária. Essa transferência deve ser votada pelo órgão nesta segunda-feira, 15.

As entidades afirmam, no texto, que a operação ameaça o caráter público da Caixa, porque representaria uma "terceirização" da operação, ameaçaria o repasse de recursos das loterias ao governo federal, que os utiliza para financiar políticas públicas, e abre brechas para uma eventual privatização.

O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, afirma que os objetivos do banco para fazer a mudança organizacional não estão claros. "O que eles alegam, na nossa visão, não tem fundamento. Eles alegam que a Caixa não tem tecnologia, não tem agilidade, nem produto."

A alegação da Caixa é que ao criar uma empresa específica para as loterias, o banco conseguirá implementar novos produtos de forma mais ágil. Hoje, as loterias estão consolidadas no balanço do banco. No ano passado, arrecadaram R$ 23,4 bilhões, um crescimento de 0,9% em relação a 2022. Deste total, R$ 9,2 bilhões foram destinados a programas sociais do governo federal.

Takemoto critica ainda o modelo de busca de parceiros de operação no setor privado, que a Caixa adota em empresas como a Caixa Seguridade, a Caixa Cartões e outras. De acordo com ele, trata-se de uma "privatização na prática".

No banco público, as críticas são vistas como infundadas. Uma fonte afirma que a exploração das loterias é um monopólio da Caixa definido por lei, e que por isso, não está nas mãos do banco buscar uma eventual privatização do serviço, que já foi cogitada em outros governos.

Procurada, a Caixa não se manifestou.

 

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