O Ministério da Saúde confirmou na sexta-feira, 19, um caso autóctone de cólera em Salvador, o que significa que o paciente contraiu a doença na própria cidade, sem viajar a outro lugar.
Em nota, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente informou que o caso foi detectado em um homem de 60 anos de idade que apresentou um desconforto abdominal e diarreia aquosa em março.
Duas semanas antes, ele havia feito uso de antibiótico para tratamento de outra patologia. Segundo exames laboratoriais, a bactéria causadora da doença foi Vibrio cholerae O1 Ogawa.
Ainda de acordo com o Ministério, trata-se de um caso isolado, tendo em vista que não foram identificados outros registros, após a investigação epidemiológica realizada pelas equipes de saúde locais junto às pessoas que tiveram contato com o paciente.
O período de transmissão da doença é de um a dez dias após a infecção. Entretanto, para as investigações epidemiológicas, no Brasil, está padronizado o período de até 20 dias por margem de segurança.
Dessa forma, segundo a pasta, o paciente não transmite mais o agente etiológico desde o dia 10 de abril.
No Brasil, os últimos casos autóctones de cólera ocorreram em Pernambuco nos anos de 2004 e 2005, com 21 e cinco casos confirmados, respectivamente.
A partir de 2006, não houve casos de cólera autóctones, apenas importados.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), de janeiro a março de 2024, 31 países registraram casos ou declararam surto de cólera. Seguindo a classificação da OMS, a região africana foi a mais afetada, com 18 países.
Nas Américas, há surtos declarados apenas no Haiti e na República Dominicana.
A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, transmitida por contaminação fecal-oral direta ou ingestão de água e alimentos contaminados.
A maioria das pessoas infectadas permanece assintomática (aproximadamente 75%). Daquelas que desenvolvem a doença, a maioria apresenta sintomas leves, e apenas de 10% a 20% desenvolvem a forma que pode levar ao óbito. (Agência Brasil)