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A reforma do que não foi reformado
Farol

A reforma do que não foi reformado

São mais de 300 páginas de uma reforma que vem sem reformar o principal, uma das maiores cargas tributárias do mundo
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Quanto mais rápido melhor. Esse é o pensamento do Governo Federal em relação a aprovar a regulamentação da reforma tributária. Pelo menos na Câmara, no primeiro semestre deste ano ainda, que está em cima para virar. Lembremo-nos: estamos entrando em maio já.

Porém, cabe alertar que são mais de 300 páginas de uma reforma que vem sem reformar o principal, uma das maiores cargas tributárias do mundo. Na prática, neste ponto, não há simplificação. O fato de juntar todos os impostos em um e trazer a dualidade para estados e municípios apenas simplifica a forma de visualização do peso dos tributos no nosso dia a dia.

No entanto, um ponto positivo será a devolução do imposto que beneficiará quem ganha até meio salário mínimo. Esta medida é válida e eu topo pagar a mais em detrimento de quem não pode pagar nem isso. É uma questão de consciência da sociedade em que vivemos. Afinal, será que 30 a 31 dias por mês são abastecidos com pelo menos alimentação, em todos esses dias, para quem ganha esta fatia do mínimo? Acredito que não.

No mais, não esperemos que as mais de 300 páginas não sejam modificadas. Teve muita profissão e mercados que não foram beneficiados e vão fazer pressão para mudar a proposta de regulamentação da reforma tributária que foi enviada ao Congresso Federal. Portanto, ainda tem muito aí para reformar o que não foi reformado, aumentando as exceções e, quanto mais exceções, já sabem... A carga aumenta para todos.

 

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