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Morre Toni Venturi, cineasta que abordou a política na ficção e em documentários
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Morre Toni Venturi, cineasta que abordou a política na ficção e em documentários

Diretor passou mal enquando nadava em praia de São Sebastião, no litoral de São Paulo
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Morre o cineasta Toni Venturi, aos 68 anos, em São Paulo (Foto: Aline Arruda/Paulinia Film Festival)
Foto: Aline Arruda/Paulinia Film Festival Morre o cineasta Toni Venturi, aos 68 anos, em São Paulo

Morreu na tarde do último sábado, 18, o cineasta brasileiro Toni Venturi. Ele tinha 68 anos e passou mal enquanto nadava em uma praia de São Sebastião, no litoral de São Paulo, onde nasceu.

Segundo informações divulgadas pela família, Venturi será velado na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, na tarde desta segunda-feira, 20. Ele deixa a esposa Débora Duboc, atriz, e os filhos Theo e Otto. A cremação será realizada na terça-feira, ainda sem horário e local definidos.

Venturi fez sua estreia na cena do cinema nacional com o documentário "O Velho - A História de Luiz Carlos Prestes", de 2007, premiado no festival É Tudo Verdade. Ele voltaria ao formato em 2010, com "Rita Cadillac - A Lady do Povo".

Na ficção, ele estreou com "Latitude Zero", que foi apresentado no Festival de Berlim em 2001. O longa era baseado em peça de Fernando Bonassi, "As Coisa Ruins da Nossa Cabeça", tinha apenas dois atores - Duboc e Cláudio Jaborandy - e se passava em um bar de beira de estrada em um garimpo abandonado no Mato Grosso.

Em "Cabra-Cega", de 2005, voltou-se á temática da ditadura militar, com a história de dois jovens estudantes em busca de fazer a revolução - o longa foi premiado no Festival de Brasília em cinco categorias, entre elas Melhor Filme e Melhor Diretor.

"Estamos Juntos", de 2011, por sua vez, abordava a história de uma médica, vivida pela atriz Leandra Leal, que descobre ter um tumor cerebral e precisa lidar com uma paralisia que a afasta do trabalho e a faz refletir também sobre sua vida afetiva. Com o longa, que venceu o Cine PE - Festival do Recife, o diretor, como anotou na época o crítico Luiz Carlos Merten, mostrou desenvoltura em um caminho diferente daquele que então seguira, pautado por filmes com ênfase na temática política e social.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte do cineasta no X. "Sempre trabalhou por um cinema nacional forte, atuando para a organização e desenvolvimento do nosso setor audiovisual e por um Brasil democrático, com cultura, consciência social e solidariedade", afirmou.

O crítico de cinema Amir Labaki e ministra da Cultura Margareth Menezes também se manifestaram.

Neta de Luiz Carlos Prestes, a socióloga Ana Maria Prestes lamentou em suas redes sociais a morte do cineasta. "Deixo o meu pesar e solidariedade à família e amigos. Também a gratidão, por ele ter realizado essa obra pela qual tantos conheceram quem foi Prestes", escreveu.

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