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Greve: Professores da Uece realizam ato no Centro de Fortaleza
Farol

Greve: Professores da Uece realizam ato no Centro de Fortaleza

Professores reivindicam reajuste salarial e a convocação de professores do cadastro reserva do concurso de 2022
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Docentes da Uece realizam ato na Praça do Ferreira (Foto: Jornal O POVO)
Foto: Jornal O POVO Docentes da Uece realizam ato na Praça do Ferreira

Professores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) realizaram na Praça do Ferreira em Fortaleza um ato em defesa da greve da categoria. Os docentes da instituição estão em greve desde o dia, 4 de abril, e além destes os professores da Universidade Regional do Cariri (Urca) e da Universidade Estadual Vale do Acaraú (Uva) também estão paralisados.

Em entrevista ao O POVO, Nilson Cardoso, professor e presidente do Sindicato de docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece), falou sobre a paralisação e as demandas dos professores das universidades estaduais.“A greve é nosso instrumento de luta em função do que estamos reivindicando, são melhorias salariais mais contratação de professores, questões de infraestrutura e assistência estudantil. Nós há muito tempo estamos tentando um diálogo com o governo mas não estamos conseguindo ter um avanço das pautas da educação” explica o presidente.

O Governo do Ceará anunciou um aumento de 5,62% para os servidores estaduais, valor que não é aceito pela categoria, que alega ter 35,7% pela ausência de reajuste durante o Governo de Camilo Santana, de acordo como explicou Nilson Cardoso.

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No último dia 2 de maio a categoria rejeitou uma proposta do Governo do Estado por não “enxergar um ganho imediato ou mesmo um plano de recomposição das perdas salariais”.
De acordo com Nilson, o Sinduece e os sindicatos dos docentes da Urca e da Uva trabalham com representantes do governo na negociação de uma nova proposta que será apresentada aos professores em assembleia.

Sem uma reposição imediata, os docentes ficariam apenas com o reajuste de 5,62%, até que o valor negociado com a categoria entrasse em vigor, no ano que vem. Segundo Nilson o sindicato junto com outros já vinha reivindicando um reajuste, mas que foram mais flexíveis com o governo por conta da pandemia de covid-19.

Segundo a professora do curso de pedagogia Raquel Dias, a paralisação iniciou também pelo não cumprimento por parte da gestão estadual, da data base para o reajuste, que é janeiro, dando o aumento apenas a partir de agosto e sem o pagamento dos retroativos do salário dos meses anteriores.
Para Raquel Dias, outro problema é a falta de professores na instituição, apesar de um concurso público para docentes ter acontecido em 2022, para isso segundo ela é necessário “a convocação do cadastro de reserva que resolveria parte da falta de professores”.


O POVO conversou com dois aprovados no cadastro reserva do concurso de 2022, Maclecio Sousa e Vanir Reis reivindicam a posse nos cargos no qual foram aprovados, alegando que a falta de professores sobrecarrega os docentes atuantes, como também o ensino, a pesquisa e a extensão.


Maclecio Sousa, que está no cadastro reserva para lecionar no curso de pedagogia, diz que na última proposta apresentada pelo governo e que foi rejeitada pelos docentes, “o governo sinalizou chamar apenas 35 professores do cadastro reserva, mas a carência é 482. Há uma lacuna, não há uma explicação porque se chegou nesse número se a carência é 482” , explica ele.


Eles vem participando dos eventos do sindicato, endossando as reivindicações pela convocação de novos professores aprovados em cadastro reserva. Segundo Vanir Reis, que está no cadastro reserva para o curso de Ciências Biológicas, esse cenário prejudica os estudantes por não ter professores, e ou por muitas vezes “a universidade vem utilizando professores temporários e substitutos de outros setores para atender a carência de 482 profissionais”.


De acordo com Nilson Cardoso, o fluxo de aposentadoria de professores, ou docentes que pedem exoneração de suas vagas, ocasiona a vacância da mesma, e os respectivos departamentos não podem realizar o concurso, precisando de autorização do Governo, que libera editais com muitas vagas, porém inferior aos números que a Universidade precisa.

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