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Fortaleza fica em 2º lugar, em meio ambiente, no Índice da Oxford Economics
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Fortaleza fica em 2º lugar, em meio ambiente, no Índice da Oxford Economics

O Índice Global de Cidades da Oxford Economics analisou as mil maiores cidades do mundo, que se encontram em 163 países diferentes
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FORTALEZA já foi escolhida como a cidade brasileira com a qualidade do ar mais bem avaliada (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE FORTALEZA já foi escolhida como a cidade brasileira com a qualidade do ar mais bem avaliada

Fortaleza se destaca ao ser a segunda cidade do mundo na categoria Meio Ambiente no Índice Global de Cidades da Oxford Economics.

O tema avalia o comprometimento da cidade com medidas de sustentabilidade ambiental e sua predisposição para desastres naturais.

Considerando a qualidade do ar, a intensidade da emissão de gases poluentes, os desastres naturais e as anomalias de chuvas e de temperaturas, a cidade recebeu pontuação de 98,8, estando atrás somente de Suva, capital de Fiji, ilha localizada no pacífico sul, cuja avaliação foi de 100.

Além de Fortaleza, dentre as cinco categorias, a única outra localidade do Nordeste que apareceu foi Natal, que também ficou entre as 10 principais cidades em meio ambiente, estando em 4º lugar, com a pontuação de 97,9.

Índice Global de Cidades da Oxford Economics

O Índice Global de Cidades da Oxford Economics analisou as mil maiores cidades do mundo, localizadas em 163 países, que juntas representam 30% da população mundial e 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta.

A pesquisa traz uma abordagem multidimensional, analisando desempenhos em cinco categorias, economia, capital humano, qualidade de vida, meio ambiente e governança, divididas em 27 indicadores.

Fortaleza, por mais que tenha se destacado no meio ambiente, não apareceu no ranking de nenhuma outra categoria, e sua avaliação geral foi na posição 496.

Fortaleza não se destaca nas demais categorias

O presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Igor Lucena, explica que o meio ambiente é algo que sempre existiu na cidade e que, mesmo com diferentes gestões, as pautas de preservação e manutenção continuaram ativas.

Lucena destacou que nas outras categorias a maioria das cidades pertence a países mais desenvolvidos.

“O problema não é só de Fortaleza, é um problema de todas as cidades brasileiras. Quando a gente faz uma análise de cidades, todos os sistemas são interconectados e dependem do estado e do país onde o local está inserido. Então, enquanto a gente não tiver resolvido problemas básicos dentro do País, dificilmente teremos uma cidade com altos níveis de consideração dentro desse ranking da Oxford”.

O que a Prefeitura de Fortaleza diz

Nota oficial divulgada pela Prefeitura de Fortaleza destaca que o resultado "coloca a Cidade no mapa global como um exemplo de gestão ambiental e qualidade de vida."

“Esse resultado mostra que estamos no caminho certo para a construção de uma cidade mais sustentável e agradável de se viver. Estamos adotando políticas públicas que se destacam não só nacionalmente, mas também internacionalmente, e que servem de exemplo de uma gestão atenta às questões mundiais. Podemos falar da politica de vigilância da qualidade do ar, onde fomos a única cidade do Brasil a cumprir as diretrizes da OMS, temos investido em nossos parques urbanos, como o Parque Rachel de Queiroz, e numa politica sólida de arborização da cidade”, frisa o prefeito José Sarto, em comunicado. 

Políticas públicas realizadas em Fortaleza

Também por meio de nota, a Prefeitura de Fortaleza informa que implementa políticas públicas voltadas para o combate aos efeitos das mudanças climáticas.

Exemplos citados são os projetos como a vigilância da qualidade do ar, que garantiu à Fortaleza o título de única cidade do Brasil a cumprir as diretrizes da OMS, e o Plano de Arborização de Fortaleza.

"Além disso, a Prefeitura investe na requalificação dos parques urbanos, transformando-os em espaços de convivência, como o Parque Rachel de Queiroz e a Lagoa da Messejana, e na construção de microparques em áreas mais vulneráveis, proporcionando verde e lazer para a comunidade."

No comunicado oficial, a secretária Luciana Lobo também acrescenta que Fortaleza, com suas práticas ambientais exemplares, "serve de modelo para outras cidades ao redor do mundo que buscam um desenvolvimento mais sustentável e uma melhor qualidade de vida para seus habitantes." 

Entrevista com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente

O POVO solicitou entrevista por telefone com a secretária da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), Luciana Lobo, mas o formato não foi possível e a gestora da pasta respondeu por escrito.

Entre os destaques, a implantação do Selo Empresa Amiga do Meio Ambiente e a Certificação Fator Verde.

Atualmente, segundo a secretária, 31 empresas já obtiveram o Selo, outras 13 estão certificadas – Fator Verde, ambos renovados a cada dois anos.

O POVO - A Prefeitura tem conseguido atrair empresas sustentáveis também, além das ações que o próprio poder público faz? Quais são?

Luciana Lobo - A Prefeitura, por meio da Seuma, possui duas ações voltadas para atrair as empresas a desenvolver atividades sustentáveis.

Uma é o Selo Empresa Amiga do Meio Ambiente e a Certificação Fator Verde. Atualmente 31 empresas já obtiveram o Selo, outras 13 estão certificadas – Fator Verde, ambos renovados a cada dois anos.

O Selo é direcionado às empresas que realizam ações integradas de preservação ambiental e redução do impacto socioambiental da Cidade por pelo menos um ano, podendo ser renovada a cada dois anos.

Já a certificação é concedida a partir do cumprimento de critérios estruturados em seis dimensões. São eles: Cidade Sustentável, Ambiente Saudável, Hídrico, Energético, Social, Materiais e Resíduos. Atendidos todos os critérios ela receberá a Certificação entre os níveis bronze, prata, ouro ou diamante.

O POVO - Há incentivo a empresas ambientalmente responsáveis? Quais são?

Luciana Lobo - A empresa que possui Certificação Ambiental (Selo Empresa Amiga do Meio Ambiente e Fator Verde) tem como principais benefícios: redução dos impactos ambientais, acesso a algumas linhas de crédito; marketing de boas práticas ambientais e mercado ESG; valorização de fornecedores com maior responsabilidade socioambiental.

O POVO - Que números dentro dos programas que a Prefeitura citou na nota oficial atestam as políticas públicas voltadas ao meio ambiente? O que houve de melhorias numericamente falando e em quanto tempo?

Luciana Lobo - São inúmeras as políticas públicas voltadas para o combate aos efeitos das mudanças climáticas. No Plano de arborização, por exemplo, de janeiro a abril deste ano, foram plantadas 40.702 mudas.

O ano de 2023 encerrou com aproximadamente 82 mil unidades. Esse crescimento reflete positivamente no meio ambiente e na qualidade de vida dos cidadãos de Fortaleza.

O plantio de árvores e de outras plantas traz uma série de benefícios, incluindo a melhoria da qualidade do ar, equilíbrio do microclima urbano, a conservação do solo e a promoção da biodiversidade. Desde 2021, mais de 230 mil mudas foram plantadas e distribuídas.

No âmbito da política de vigilância e qualidade do ar, estão sendo instalados 30 monitores de baixo custo, desenvolvidos em parceria com a Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação de Fortaleza (Citinova) e a Universidade Federal do Ceará (UFC).

Esses equipamentos monitoram a qualidade do ar em diversos bairros, coletando dados sobre tipos de poluentes e parâmetros climáticos, como temperatura, umidade e pressão.

No caso dos microparque, é uma iniciativa que transforma uma área degradada em um espaço verde público para o lazer e contato com a natureza.

As áreas escolhidas se referem a terrenos públicos desocupados e, em geral, se localizam próximo a escolas, dando mais acesso aos estudantes da rede de ensino pública a um local de natureza ou equipamentos municipais de saúde. Sete equipamentos foram entregues até o momento (Aconchego, Paraíso Verde, Bernadete, Seu Bené, Maria Zeneída, Prof. Roseli e Santa Luzia), outros cinco estão em obras (Seu Evilário, Bosque Polar, Vila Verde, Professor Garcia e dos Coelhos).

A previsão é que até o final do ano Fortaleza conte com 30 MicroParques urbanos.

Existe ainda Projeto Se Liga Na Rede, que já interligou mais de 2.500 imóveis à rede de esgoto de Fortaleza.

A iniciativa já beneficiou moradores dos bairros Álvaro Weyne, Barra do Ceará, Carlito Pamplona, Cristo Redentor, Floresta, Jardim Guanabara, Jacarecanga, Jardim Iracema, Monte Castelo e Pirambu. Evitando que esse esgoto chegue à rede de drenagem de águas da chuva e suje nosso recursos hídricos.

Além, das obras de requalificação de Parques e Lagoas. A exemplo do Raquel de Queiroz, onde foram entregues os trechos 1, 2,5 e 6, transformando todo o entorno, gerando empregos e movimentando a economia local. Em obra hoje os trechos 3 e 4. Também concluído o Parque Passaré e a Lagoa da Messejana. Em execução a Lagoa do Opaia e o Zoobotanico.

A importância da reserva de oportunidade 

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