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A mata atlântica que ninguém conhecia
Farol

A mata atlântica que ninguém conhecia

No vai e vem sobre onde acontecerá o Fortal 2024, descobre-se que 1,74 hectare de mata atlântica foi degradado antes que o Ibama fosse fazer uma inspeção in loco. Esse bioma só pode ser desmatado se houver autorizações específicas. Não havia
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OBRA foi embargada na quarta-feira, 15. Uma semana depois, governador anunciou mudança de local do evento
 (Foto: Luiza Vieira/Especial para O POVO)
Foto: Luiza Vieira/Especial para O POVO OBRA foi embargada na quarta-feira, 15. Uma semana depois, governador anunciou mudança de local do evento

Parecia que nem se tratava de um dos maiores eventos turísticos do Estado que reúne milhares de pessoas, movimenta milhões de reais e acontece há décadas. Um disse me disse do que pode e do que não pode, do que é mata atlântica a ser protegida e do que é um pé de manga que pode ser derrubado sem a necessidade de nenhuma autorização.

O vai e vem sobre onde acontecerá o Fortal 2024 mexeu com diferentes segmentos do Estado, do entretenimento aos administrativo, político e ambiental. Uma denúncia de desmatamento alerta órgãos e atores de defesa do meio ambiente sobre uma possível irregularidade. Então, descobre-se que 1,74 hectare de mata atlântica foi degradado antes que o Ibama fosse fazer uma inspeção in loco. Esse bioma só pode ser desmatado se houver autorizações específicas. Não havia.

A empresa foi multada, a obra de montagem da estrutura para a festa foi embargada e houve compromisso, fechado em audiência no Ministério Público do Estado (MPCE), de que nada seria feito até que as dúvidas sobre a natureza da vegetação fossem sanadas. Mesmo assim, a direção do Fortal afirmou, em entrevista à rádio O POVO CBN, que não tinha plano B caso não fosse realmente possível realizar o evento na área próxima ao Aeroporto Internacional Pínto Martins, terreno negociado pela Fraport, empresa administradora do equipamento.

No fim das contas, por intercedência e diálogo político, a festa voltou à Cidade Fortal, no bairro Manoel Dias Branco, de onde muitos disseram que nunca deveria ter sido pensada em sair.

Em mais esse imbróglio ambiental/econômico/político, fica clara a não importância dada à preservação do meio ambiente em uma cidade que só cresce, atrai e acolhe. E destaca o não cumprimento, por diferentes partes, das poucas legislações que tentam garantir o mínimo. É o típico desencontro entre preservação, política pública e inciativa privada.

 

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