Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) tem o poder, como o próprio nome sugere, de alterar a Constituição. Podendo ser apresentada por deputados, senadores ou mesmo pelo presidente, é uma ferramenta com uso um tanto quanto comum no País. Nas últimas semanas o termo teve um boom nas plataformas de busca da web, devido à PEC das Praias, que visa a cessão dos chamados "terrenos de marinha" (termo sem correlação com a Força Armada) para agentes que podem ser privados ou estaduais/municipais.
A PEC, de 2022, passava despercebida até que outro agente poderoso e um tanto quanto comum no País entrou em campo: a futrica. Uma discussão entre figuras públicas chamou a atenção para o projeto, que já havia sido aprovado na Câmara e estava no Senado.
Os pivôs foram a atriz Luana Piovani e o jogador de futebol Neymar Jr, que se digladiaram na arena virtual tendo como pano de fundo a PEC. Luana acusou, Neymar rebateu e pronto. Estava armado um circo passional e com grande poder de mobilização.
Embora a futrica entre famosos tenha dado visibilidade ao tema, gerando efeitos políticos com sinalizações de que a PEC pode ser engavetada, ao mesmo tempo parece ter gerado certo esvaziamento do debate no âmbito virtual, com a questão ficando em segundo plano e a briga entre Piovani e Neymar dominando esse campo.
Nesse sentido, destacam-se alguns pontos de reflexão. 1°- como projetos passam a torto e a direito sem a devida visibilidade. 2° - O poder de influenciadores e figuras públicas na geração dessa visibilidade. 3° - O cuidado necessário a todos para que o foco do debate não se perca, dando lugar a discussões secundárias sobre quem é o quê nas redes sociais.