Tricampeão Embora sem grande brilho, inclusive na grande decisão, a campanha do tricampeonato do Fortaleza na Copa do Nordeste representa mais uma taça de uma geração vitoriosa e ratifica a ascensão regional. Para além disso, também significa uma reviravolta em uma trajetória que teve cenas de terror longe de campo.
Foram 108 dias entre a traumática madrugada de 22 de fevereiro, quando a delegação foi atacada por membros da torcida organizada do Sport com pedras e bombas, e a noite de 9 de junho, em que levantou a "Orelhuda".
Durante este período, o Tricolor teve campanha criticada no restante da primeira fase do Nordestão, passou sem sustos nas quartas de final e viu o destino reservar o reencontro com o Sport, novamente em Pernambuco, pela semifinal. Grande atuação e goleada por 4 a 1.
O placar e o contexto do jogo deram o moral necessário para a decisão, em que venceu o CRB no Castelão com autoridade e passou sufoco no Rei Pelé, indo para as penalidades. Outro fantasma extinto, voltando a levar a melhor nas cobranças.
Desde 2015, o Fortaleza conquista ao menos um título por temporada. Até 2019 não havia taça da Copa do Nordeste no Pici; agora são três, mesmo número de conquistas de Ceará e Sport — Bahia e Vitória lideram com quatro cada. A geração vitoriosa comandada por Vojvoda, campeão pela quinta vez, levou o Leão ao topo do pódio meses depois do atentado.