As mudanças climáticas e o futuro da humanidade são tema do Seminário Ceará pelo Clima. O evento, sediado no Centro de Eventos do Ceará, no bairro Edson Queiroz, é dividido em seis eixos temáticos que vão desde a educação ambiental para ação cidadã ao debate sobre a produção de energia verde no Ceará.
O seminário contaria com a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que não pôde comparecer, mas enviou um vídeo para os presentes no evento.
“Hoje é o Dia Mundial de Combate à Desertificação, tema fundamental para o estado do Ceará, que tem mais de 90% do seu território no semiárido. Infelizmente, não pude comparecer presencialmente porque tenho que me dedicar ao enfrentamento de incêndios no Pantanal e Amazônia”, disse a titular da pasta do Meio Ambiente.
Os trabalhos iniciaram na manhã desta segunda-feira, 17, e se encerram na tarde desta terça-feira, 18. Para esta segunda-feira, após a abertura, o público apreciou a palestra do biólogo e cientista norte-americano Philip Martin Fearnside, a apresentação dos eixos educação ambiental para ação cidadã e justiça climática, além da visitação dos estandes presentes no local e a cerimônia de entrega da medalha ambientalista Joaquim Feitosa.
Já para terça-feira, a partir das 8h30min, iniciam as palestras dos eixos de financiamento climático, vulnerabilidade climática do Ceará, resíduos e economia circular e transição energética justa.
“Para a questão das mudanças climáticas, todos nós devemos estar muito antenados”, disse o governador Elmano de Freitas.
“Nós temos ações concretas de respeito à natureza e recuperação, no caso do Ceará a preocupação importante com a questão da desertificação. Então nós temos várias ações sendo planejadas, nós estamos preparando editais para compensar e reconhecer pessoas que têm práticas de conservação ambiental no nosso Estado, além de estarmos discutindo um projeto para viabilizar a produção de energia solar por pequenos produtores”, informou.
Freitas diz ainda que há fiscalização intensa para evitar a desertificação e o desmatamento da Caatinga, além da preservação de outros biomas presentes no Ceará como as áreas de Mata Atlântica na região da Serra da Ibiapaba e no Maciço de Baturité e a proteção das praias.
“Há também atuação do governo com a educação ambiental, seja nas escolas, seja nas parcerias com os municípios. Então, tudo isso está articulado fundamentalmente em reconhecimento de que são necessárias ações para garantir a preservação do planeta e que as consequências das mudanças climáticas exigem mudança de comportamento”, apontou.
Entre as ações de implementação da educação ambiental no Ceará, foi citado o programa Agente Jovem Ambiental (AJA). A titular da pasta de Meio Ambiente e Mudança Climática, Vilma Freire, pontuou que se enxerga potencial na juventude, que contempla 10 mil jovens.
“Os jovens fazem trabalhos dentro da comunidade escolar e também estão em sintonia com a secretaria, tratando do plano de mitigação, tratando dos efeitos das mudanças climáticas e principalmente de como preservar o meio ambiente no dia a dia”, detalha.
Freire diz ainda que as mudanças afetam primeiro os que estão às margens dos rios, no manejo do dia-a-dia, os pecadores, indígenas e quilombolas e que recentemente foi aberto o edital dos “guardiões do ambiente”, que integra indígenas, quilombolas e comunidades de pescadores, já que quando há sintonia destes com as políticas públicas, consegue-se entender melhor como agir e que cabe a cada governo municipal trabalhar estas políticas em seus municípios.
A programação do Seminário encerra nesta terça-feira, 18, com a premiação dos cinco artigos e boas práticas classificados com a melhor nota na chamada de Trabalho para o Seminário Ceará pelo Clima.
Com informações do repórter Gabriel Damasceno/ especial para O POVO