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Operação mira suspeitos de aplicarem golpes na Europa e lavar dinheiro no Brasil
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Operação mira suspeitos de aplicarem golpes na Europa e lavar dinheiro no Brasil

|Segurança|Conforme a PF, golpistas teriam obtidos com os crimes valores que ultrapassaram os 8 milhões de euros, comprando bens, especialmente, em São Paulo e no Ceará
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OPERAÇÃO Eurogolpes foi deflagrada pela Polícia Federal (PF)  (Foto: Divulgação/ PF )
Foto: Divulgação/ PF OPERAÇÃO Eurogolpes foi deflagrada pela Polícia Federal (PF)

A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação na manhã de ontem para cumprir oito mandados de busca e apreensão no Ceará e em outros quatro estados (Espírito Santo, Goiás, Pernambuco e São Paulo). 

A operação "Eurogolpes" mira uma suposta organização criminosa dedicada a fraudes bancárias em Portugal e na Espanha e que lavaria o dinheiro no Brasil, especialmente, em São Paulo e no Ceará.

Conforme a PF, a Polícia Nacional da Espanha identificou que "cidadãos brasileiros estavam envolvidos na ativação de quantias significativas de uma espécie de cartão presente que pode ser convertido em Bitcoins". O prejuízo estimado foi de 1,2 milhão de euros somente na Espanha. 

Em Portugal, a Polícia Judiciária estimou que o prejuízo foi de 7 milhões de euros. A Polícia desse país deflagrou operação que resultou na prisão preventiva de 26 pessoas, "majoritariamente", brasileiros, divulgou a PF.

À rádio O POVO/CBN, o delegado Victor Fernandes, da PF, afirmou que os golpes aplicados pela organização criminosa são conhecidos como "vhishing". "O 'phishing' é aquela mensagem falsa que recebe no celular, no email, que a pessoa diz (por exemplo) que 'você tem tantos pontos na empresa aérea X'", descreve o delegado. 

"Agora, o vhishing é aquele golpe da falsa central. O vhishing é, simplesmente, o phishing que se utiliza de voz. É aquela ligação que você recebe dizendo ser do banco — bancos não ligam para os clientes. Eles fizeram esses golpes lá em Portugal, que aqui no Brasil muita gente já não está mais caindo, porque já aconteceu tantas vezes aqui. Eles estão procurando terrenos mais férteis, digamos assim".

Os fatos que são objeto de apuração ocorreram de 2020 a 2022, disse Fernandes. De acordo com a PF, através da Europol (Agência da União Europeia para a Cooperação Policial, foi identificada a transferência de fundos ilícitos para o Brasil. Aqui, os criminosos compraram bens de alto valor, como imóveis e veículos de luxo. A investigação ainda apura se golpes análogos aos aplicados na Europa ocorreram também no Brasil.

"Os investigados podem responder, em tese, pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa transnacional, sem prejuízo de outras implicações penais porventura verificadas no decorrer da investigação, podendo resultar em condenações de mais de 20 anos de prisão", afirmou a PF.

 

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