A descriminalização do porte de maconha para uso pessoal, em julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, foi tema de discussões acaloradas na sociedade e no meio político. A questão mostrou também que a desinformação é um dos males mais nocivos à sociedade e que deveria ser combatida de forma mais veemente.
Nas redes sociais, um misto de ignorância e de grupos mal intencionados inundou as plataformas na tentativa de tornar o tema num prato cheio para propagadores de fake news (notícias falsas). Perfis alegavam que a droga estaria "liberada" (não está), pessoas comemoravam ou criticavam uma suposta "legalização" - que não aconteceu - e ondas de ataques a ministros e até ao governo por supostamente "liberar a droga" - que segue ilegal.
O que o STF debateu foi a descriminalização, não a legalização da droga. Com isso, deixa de ser delito criminal guardar, transportar ou portar maconha para consumo próprio, dentro do limite fixado (40 gramas), mas a decisão não impede, por exemplo, abordagens policiais ou mesmo a apreensão da droga. O Supremo fixou ainda a quantia de 40 gramas para diferenciar usuários de traficantes; um pequeno avanço.
O tema é sensível e mostra que as instituições precisam se apressar cada vez mais para se aproximar da população, sobretudo quando decisões sobre temas importantes como este ocorrerem. Caso contrário, o espaço será ocupado por desinformação e mentiras.