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A expressão do título resume muito bem o que aconteceu com o mercado especulativo do dólar, mas que impacta o mercado real do País. Não adianta, o presidente não consegue não colocar publicamente para fora suas frustrações contra Campos Neto e a política monetária do Banco Central. Coube a Haddad, ministro da Fazenda, acalmar os ânimos.
O presidente precisa entender que não está mais no Lula 1 e sim no Lula 3. Porém, decerto também que há um certo exagero sobre suas declarações. Mas está posto que as falas do gestor do País impactam sobremaneira a economia. Por isso, é preciso ter cautela sim. E se pensa que o dólar é apenas uma questão de viagens internacionais, mas não. A variação cambial da moeda em crescimento impacta a inflação brasileira.
Isso porque influencia nos preços das importações e exportações. Por consequência, muitos produtos são globalizados e encarecem na ponta quando o dólar sobe ante o real. E aí que se vê uma inflação elevada, com aumento generalizado de preços. Para se ter ideia, de 12 de junho, quando Lula sinalizou um aumento do investimento público, o dólar chegava a R$ 5,41. Outro pico, a R$ 5,66, veio em 2 de julho, quando o presidente frisou que o BC era uma instituição de Estado.
Mas, durante este dia, a moeda chegou a bater R$ 5,70. Foi aí que veio o remédio Haddad, anunciando corte de R$ 25 bilhões em despesas e propagando que Lula determinou que seja cumprido o arcabouço fiscal. Resultado? A moeda fechou a semana a R$ 5,46, em queda de 2,27% na semana e de 2,27% no mês.