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Justiça recebe denúncia contra desvio de recursos de fundo dos direitos de idosos em Fortaleza
Farol

Justiça recebe denúncia contra desvio de recursos de fundo dos direitos de idosos em Fortaleza

A denúncia foi oferecida pelo MPCE. Ao todo, 14 pessoas teriam desviado aproximadamente R$ 16 milhões do município
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DENÚNCIA foi oferecida pelo Ministério Público do Ceará (MPCE)  (Foto: Divulgação/MPCE)
Foto: Divulgação/MPCE DENÚNCIA foi oferecida pelo Ministério Público do Ceará (MPCE)

A Justiça do Ceará, por meio da Vara de Delitos de Organizações Criminosas (VDOC), recebeu denúncia contra um grupo de 14 pessoas, entre empresários e servidores públicos acusados de desviar recursos do Fundo dos Direitos da Pessoa Idosa de Fortaleza (FMDPI). A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco).

As investigações do Gaeco apontam que o grupo teria utilizado a estrutura do Núcleo de Produções Culturais e Esportivas (Nuproce), localizado no bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza, para desviar recursos públicos provenientes do FMDPI entre 2015 e 2021. Ao todo, eles teriam recebido aproximadamente R$ 16 milhões do Município.

Ainda segundo as investigações, os suspeitos faziam contratações fictícias, por meio do Nuproce, que podiam variar desde a não execução dos serviços até a realização parcial, seguida pela emissão de notas fiscais.

De acordo com a denúncia, a prática criava a ilusão de que os serviços eram efetivamente prestados, facilitando assim o desvio de recursos públicos. A estratégia permitia a distribuição dos lucros obtidos de forma ilícita entre os envolvidos, refletindo a complexidade e eficiência do esquema criminoso.

Ao longo das investigações, foram realizadas diligências, como solicitação de quebra de sigilo bancário, busca e apreensão domiciliar e pessoal, além de indisponibilidade de bens investigados. O esquema também foi revelado por meio de depoimentos, documentos e equipamentos eletrônicos coletados e analisados.

O valor desviado deveria ser aplicado, integralmente, em projetos culturais e esportivos voltados ao público idoso do município de Fortaleza. Na denúncia, o Gaeco pede a condenação dos acusados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa e passiva.

Além disso, o Ministério Público também ofereceu um acordo de não persecução penal contra oito dos acusados, que teriam cometido o crime de peculato.

Caso seja homologado pelo Poder Judiciário, o acordo exigiria que os denunciados devolvam aos cofres públicos o valor de R$ 114 mil, que seria destinado ao FMDPI. Além disso, eles teriam que prestar serviços comunitários ou a entidades públicas.

O POVO procurou, nesta segunda-feira, 15, a Secretaria Municipal da Cidadania e Direitos Humanos (SCDH), responsável pela consolidação das ações do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa e da Coordenadoria do Idoso, como o FMDPI. Quando o órgão responder, a matéria será atualizada.

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