Desde que Joe Biden desistiu da corrida pela reeleição nos Estados Unidos, o cenário eleitoral ganhou novos rumos e os democratas parecem ter ganhado novo fôlego para a disputa contra o ex-presidente e candidato republicano Donald Trump, que ainda desponta com tons de favoritismo desde que sofreu um atentado político neste mês.
A vice-presidente Kamala Harris foi imediatamente apontada por Biden como uma sucessora natural. De lá para cá, ela conquistou apoios públicos importantes, dentre eles o do ex-presidente Barack Obama, e ao que tudo indica deve ser o nome democrata. O fôlego também se traduziu em cifras, com o partido arrecadando valor recorde de doações após Biden abrir mão. Foram cerca de US$ 27,5 milhões (mais de R$ 150 milhões) em um dia.
Embora a desistência possa ter passado a imagem de desorganização e de um partido refém da própria estratégia - de combater o trumpismo concentrando esforços em Biden e não viabilizando outras opções ao longo dos anos -, o que se desenha agora é uma disputa acirrada, com pesquisas indicando empate técnico entre Kamala e Trump.
O peso decisivo reside em fatores como desempenho na campanha, desempenho em debate e, sobretudo, na capacidade de mobilização do eleitorado. Vale lembrar que nos EUA o voto não é obrigatório. Trump já mostrou tal poder de mobilização, Kamala terá que provar que pode repetir 2020 e deve usar o antitrumpismo para isso. Se o resultado será similar ao de quatro anos antes, ou não, só saberemos na noite de 5 de novembro.