Ao ser finalizada com um show da Celine Dion, que possui a rara síndrome da pessoa rígida (SPR), a Cerimônia de Abertura das Olimpíadas de Paris-2024 deu um recado simples, mas direto: os Jogos Olímpicos em terras francesas serão focados na superação dos próprios limites, como a artista fez.
Nos primeiros dias de disputas, já vimos esse enredo assolar na delegação brasileira, com a esgrimista Nathalie Moelhausen, que passou mal durante a competição e revelou um tumor no cóccix. A esperança, no entanto, é que os atuais Jogos sejam bem mais do que as cruéis histórias sobre como a falta de valorização aos outros esportes coloca competidores brasileiros em situações difíceis.
No campo de medalhas, para os especialistas, as expectativas são de manter o número de conquistas de Tóquio-2020 ou até aumentar com as modalidades que devem ser o carro-chefe do Brasil, como o boxe, o skate e a ginástica artística feminina. Quem ainda corre por fora é o futebol feminino, que com Marta em dia brilhante venceu a Nigéria por 1 a 0 com gol de Gabi Nunes. Mas só conseguiremos saber o que esperar das nossas mulheres nesta modalidade no jogo contra a Espanha, maior teste para a equipe de Arthur Elias na fase de grupos do certame.
O que se fica claro até aqui, entretanto, é que essa vaga que já foi conquistada com muito suor pouco parece ser valorizada pelos brasileiros, o que é lamentável. No dia do primeiro embate, não se viu metade da empolgação em lugar algum que existiria se fossem homens jogando o mesmo esporte.
E com esses enredos, ainda que em estágios iniciais, as Olimpíadas de Paris-2024 vai mostrando também um Brasil que ainda pouco valoriza o futebol feminino. A esperança é que, ao acabar os Jogos em pouco mais de duas semanas, seja possível visualizar algum aprendizado e alguma evolução, com ou sem muitas medalhas conquistadas.