O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse ontem que o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, aceitou o plano que avança com o cessar-fogo na Faixa de Gaza em troca da libertação de reféns. Segundo Blinken, ainda falta a resposta do Hamas.
Blinken anunciou o sinal verde israelense depois de se reunir por quase três horas com Netanyahu em Jerusalém. A proposta foi apresentada na semana passada por mediadores de EUA, Egito e Catar, que buscam uma solução para interromper os combates no enclave palestino e libertar os reféns.
"Em uma reunião muito construtiva com o primeiro-ministro Netanyahu, ele me confirmou que Israel aceita a proposta de mediação", disse Blinken. "Agora, cabe ao Hamas fazer o mesmo."
O porta-voz de Netanyahu confirmou que ele aceitou o plano. No domingo, o Hamas indicou que a proposta estava enviesada para o lado de Israel, que teria adicionado várias novas exigências e criado obstáculos para prolongar a guerra - o governo israelense nega.
Críticas
Ontem, Osama Hamdan, alto funcionário do Hamas, criticou a proposta americana, dizendo que ela não foi apresentada ao grupo "Não precisamos de novas negociações para um cessar-fogo em Gaza", disse Hamdan. "Precisamos é chegar a um acordo sobre um mecanismo para implementar o que já existe."
Mesmo que o Hamas aceite o acordo, explicou Blinken, os mediadores devem passar os próximos dias trabalhando em entendimentos para a implementação do texto. Ele disse que ainda há questões complexas, que exigem decisões difíceis, sem dar mais detalhes.
Os mediadores têm trabalhado no plano que prevê liberação de todos os reféns em troca de prisioneiros palestinos e da retirada de tropas israelenses de Gaza. Mas os detalhes não foram divulgados.
Obstáculos
As conversas se arrastaram por meses sem acordo antes de chegar ao que Blinken definiu como "momento crítico". De acordo com ele, as negociações são "talvez a última oportunidade" para chegar a uma trégua que acabe com os combates em Gaza.
"Este é um momento decisivo, provavelmente a melhor, talvez a última oportunidade para recuperar os reféns, chegar a uma trégua e colocar todos num caminho melhor para uma paz e segurança duradouras", disse Blinken. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)