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Brasileiro de 15 anos morre em meio a combates no Líbano
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Brasileiro de 15 anos morre em meio a combates no Líbano

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Um adolescente brasileiro de 15 anos morreu no Líbano em meio aos combates entre Israel e a milícia xiita Hezbollah, informaram fontes do Itamaraty ao Estadão ontem. Natural de Foz de Iguaçu, no Paraná, o jovem estava acompanhado do pai, que é paraguaio, na região do vale do Bekaa, cerca de 30 quilômetros de Beirute.

O pai do adolescente também morreu nas explosões. Não estava claro ontem à noite quando as mortes ocorreram, e de onde teria partido o disparo. Fontes do Ministério das Relações Exteriores afirmaram que a Embaixada do Brasil em Beirute estava prestando assistência aos parentes. O jovem foi identificado como Ali Kamal Abdallah.

Segundo apurou o Estadão, o Itamaraty está preocupado com o número de brasileiros que, se a situação recrudescer no Líbano, podem querer deixar o país. Estima-se que 20 mil brasileiros residam no país. Destes, o Itamaraty acredita que 16 mil possam querer voltar ao Brasil.

No tenso conflito na região, tropas israelenses se preparavam ontem para uma possível incursão terrestre no Líbano após novo fogo cruzado entre o Exército e a milícia libanesa, que disparou um míssil contra Tel-Aviv pela primeira vez.

O disparo do míssil sobre essa cidade, a cerca de 120 km da fronteira entre os países, mostrou a habilidade do grupo para ataques mais distantes dentro do território israelense, apesar das baixas dos últimos dias. O míssil foi interceptado pelo sistema Domo de Ferro.

Ontem, Israel anunciou que estava se preparando para uma "possível" ofensiva terrestre no Líbano, após vários dias de bombardeios contra posições da milícia radical xiita.

"É possível ouvir os aviões daqui; estamos atacando o dia todo. Tanto para preparar o terreno para uma possível entrada, quanto para continuar atacando o Hezbollah", declarou o chefe do Estado-maior israelense, tenente-general Herzi Halevi, diante de uma brigada de tanques, segundo um comunicado militar.

Halevi disse aos soldados que eles iriam "entrar, eliminar o inimigo e destruir definitivamente" a infraestrutura do Hezbollah, em confronto com Israel há quase um ano. Apesar da declaração, o Departamento de Defesa americano afirmou que as forças israelenses não têm um plano definido de invasão terrestre.

Pouco antes, o Exército israelense havia anunciado a mobilização de duas brigadas de reserva e seu deslocamento para o norte, fronteira com o Líbano.

O presidente americano, Joe Biden, considerou, após esses anúncios, que "uma guerra total é possível".

Israel afirma que sua ofensiva busca garantir o retorno dos israelenses que vivem no norte do país e foram deslocados pelos confrontos.

O ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, afirmou que pelo menos 51 pessoas morreram e 223 ficaram feridas em vários bombardeios de ontem, que também tiveram como alvo vilarejos situados fora dos redutos do movimento. Segundo o Exército israelense, mais de 2 mil posições do Hezbollah foram atingidas nesse intervalo.

TEL-AVIV

Em Israel, as sirenes antiaéreas soaram ao amanhecer em Tel-Aviv, 100 km ao sul da fronteira libanesa, quando o Hezbollah disparou um míssil terra-terra que foi interceptado. "É a primeira vez que um míssil do Hezbollah alcança a área de Tel-Aviv", informaram os militares.

Segundo a milícia, o alvo do míssil Qader era a sede do Mossad, serviço de inteligência exterior israelense, cujos agentes são apontados como responsáveis pelo assassinato de líderes do Hezbollah e pelas explosões de pagers e walkie-talkies que deixaram dezenas de mortos na semana passada. (Isabel Gomes, com agências internacionais)

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