O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que os governantes precisam "colocar o pobre no orçamento" de cada país. Ele contou que todos os chefes de Estado com quem conversou aceitaram participar da Aliança Global contra a Fome, mas pontuou que não tem como "obrigar" os países a contribuir no debate.
"Para a minha alegria, a Aliança Global contra a Fome tem sido um sucesso e, até agora, todos os países que nós temos conversado têm tido posição extraordinária de aceitar participar", disse o presidente, em coletiva de imprensa realizada em Nova York, após ter participado de atividades relativas à Assembleia Geral das Nações Unidas nesta quarta-feira, 25.
Lula afirmou, porém, que não tem como obrigar os países a contribuírem para aliança e doar recursos. "O que o Brasil pode dar no G20 é mostrar os eventos de política bem sucedida no Brasil e também estudar outras políticas bem sucedidas em outros países", comentou.
E acrescentou : "A única possibilidade que a gente tem de cumprir essa meta é a gente colocar o povo pobre no orçamento de cada país. Não é fazer quando puder, quando sobrar dinheiro, é fazer de forma prioritária."
Segundo o presidente, o mundo já produz alimento suficiente para acabar com a fome.
O presidente brasileiro encerrou a sua agenda em Nova York na tarde desta quarta-feira e retornou ao Brasil.
Extrema-direita
Lula voltou a afirmar que a democracia cometeu uma "falha" no mundo e deu lugar à ascensão da extrema direita. Ao enaltecer a presença dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em Nova York, Lula afirmou que a política é a "arte da convivência democrática entre opostos".
"Estou muito feliz nessa viagem porque, mais uma vez, pude contar com a presença do presidente do Senado e da Câmara. Eu fiz questão de convidá-los porque é muito importante a imagem que a gente possa passar para o mundo, e para o Brasil, de que a gente consegue exercer a democracia na sua plenitude, mesmo em situações adversas", disse o presidente, em coletiva de imprensa realizada em Nova York, após ter participado de atividades relativas à Assembleia Geral das Nações Unidas nesta quarta-feira, 25.
Lira e Pacheco chegaram junto com o chefe do Executivo à coletiva e acompanham a declaração.
Na fala, Lula comentou sobre o trabalho do governo e citou a aprovação da reforma tributária no Congresso brasileiro. Em sua avaliação, "política é exatamente isso: é a arte da convivência democrática entre opostos, contrários; e isso que dá dinamismo à democracia".
O presidente citou o encontro que teve na tarde de terça-feira, 24, denominado Defesa da Democracia, Combatendo os Extremismos. "Em algum momento, a democracia cometeu uma falha que permitiu que pessoas extremistas e de extrema direita pudessem questionar a própria democracia, o sistema", comentou.
Ao destacar a importância da democracia, Lula disse que a defesa ao sistema faz parte de uma discussão muito séria. "Considero a democracia o sistema de governo mais extraordinário que se inventou."