O crescimento do PIB do Ceará, com uma alta de 7,2% no 2º trimestre, mais do que o dobro da média nacional (3,3%), conforme divulgou o Instituto de Pesquisa e Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), reflete um cenário de melhora do ambiente econômico do País, mas também a resiliência e fortalecimento de setores-chave, especialmente a indústria.
O resultado se explica em parte pela própria base de comparação baixa. Entre 2021 e 2023, na maioria dos trimestres, o ritmo de crescimento da economia cearense ficou aquém do nacional.
Mas, o avanço industrial no Estado, de 9,93%, é particularmente significativo, pois o setor não apenas gera riqueza, mas também cria empregos com melhor remuneração. E quando a gente olha para os segmentos que mais se destacaram - calçados, metal e vestuário -, embora boa parte deste desempenho venha da combinação de uma recuperação cíclica e dos efeitos desta base comparativa deprimida, há uma melhora na atividade que transborda para outros setores.
Indicadores como o da geração de emprego - que, em agosto, registrou saldo de 9,2 mil novas vagas, a melhor marca mensal do ano no Estado e a 10ª maior do País -, o já esperado aquecimento da economia nos próximos meses, aliado à recuperação do crédito, sinalizam que os próximos dois trimestres devem seguir positivos.
Esse resultado pode atrair novos investimentos. Contudo, é essencial que as políticas que promovam a sustentabilidade desse crescimento ganhem tração para fazer frente aos desafios de 2025, a exemplo do novo arcabouço tributário que vai incidir sobre as empresas e o consumo.