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Ataque de Israel fere 2 soldados da ONU no Líbano
Farol

Ataque de Israel fere 2 soldados da ONU no Líbano

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O Exército de Israel disparou ontem contra forças de paz no sul do Líbano, ferindo dois soldados indonésios do grupo. A ONU classificou o incidente de "grave violação do direito internacional humanitário". A operação foi duramente criticada por países ocidentais, como Estados Unidos, França, Itália, Irlanda e Espanha.

Israel afirmou que disparou depois de alertar as tropas e pedir que os soldados se protegessem. O governo israelense disse que combatentes do Hezbollah operam perto de áreas civis no sul do Líbano, incluindo áreas próximas dos postos da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil). "O Exército está operando no sul do Líbano e mantém comunicação constante com a Unifil", disseram os militares israelenses.

O comando da Unifil disse que os disparos foram feitos por tanques israelenses diretamente contra uma torre de observação do QG das forças de paz, na cidade de Naqoura. A ofensiva no Líbano contra o Hezbollah já matou mais de 2 mil pessoas e deslocou quase 1 milhão de libaneses em menos de duas semanas.

Críticas

A Casa Branca disse estar "profundamente preocupada" com as informações de que Israel disparou contra as tropas da ONU. "Enquanto Israel estiver realizando operações no Líbano, é fundamental que elas não ameacem a segurança e a proteção das forças de paz da ONU", afirmou um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.

O governo italiano, liderado pela premiê ultraconservadora Giorgia Meloni, protestou formalmente e convocou o embaixador de Israel em Roma para dar explicações. O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, falou em possíveis "crimes de guerra". "Não se trata de um erro ou de um acidente", afirmou.

A França também exigiu explicações. "A proteção das forças de paz é uma obrigação que se aplica a todas as partes em um conflito", disse a chancelaria, em comunicado. O Ministério das Relações Exteriores da Espanha classificou o ataque como "grave violação da lei internacional".

Escola

O Exército de Israel também foi criticado ontem por um bombardeio a uma escola de Deir el-Balah, na Faixa de Gaza, que matou 28 pessoas. O total de mortos no enclave desde o começo do conflito, no ano passado, subiu para 42.065. A maior parte, mulheres e crianças, segundo autoridades palestinas.

O Exército de Israel justificou a ação de ontem com o mesmo argumento usado no ataque ao QG da Unifil no Líbano: foi uma operação contra um posto de comando do Hamas. "O comando operava dentro de um complexo que anteriormente serviu como escola", disseram os militares israelenses, em comunicado. 

 

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