.
Na última quarta-feira, 9, ocorreu um decisivo capítulo da saga Zé Maria do Tomé, agricultor e ambientalista assassinado com 25 tiros em 2010 após denunciar diversos crimes agrários — principalmente, a pulverização aérea de agrotóxicos — na Chapada do Apodi. Francisco Marcos Lima Barros foi condenado a 16 anos de prisão após ser acusado de prestar apoio ao executor do crime.
Ele era o único réu do caso, já que o pistoleiro morreu, assim como um outro homem que teria auxiliado o assassinato. O empresário e o gerente apontados como mandantes do crime foram impronunciados. Francisco Marcos nega o crime e sua defesa diz que irá recorrer.
O ativismo de Zé Maria do Tomé foi reconhecido na própria sentença judicial, que, sobre as consequências do crime, cravou: "com a morte da vítima, a comunidade de Tomé, em Limoeiro do Norte (CE), deixou de contar com sua atuação social, em especial, contra os efeitos da pulverização aérea — coleta de água realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) indicou a contaminação [...] em poços de 50 (cinquenta) metros e 100 (cem) metros de profundidade".
Embora a perda humana seja irrecuperável e não tenha sido levado a Júri os verdadeiros beneficiados com o crime, a voz de Zé Maria não foi calada. Seu nome virou causa em todo o País; em 2018, foi aprovada a Lei Zé Maria do Tomé, que proibia o uso de pulverização aérea em todo o Ceará. Foi a certeza de que sua luta prosseguirá.