Entusiastas e facilitadores se reuniram, na manhã deste domingo, 20, no Parque do Cocó, em Fortaleza, para uma sessão especial em alusão ao Dia Estadual da Biodança, celebrado pela primeira vez no Ceará no sábado, 19.
Entre um chá revelação e crianças se divertindo no parque, o grupo de "bio-dançantes" realizou exercícios de mentalização e de interação ao som de músicas que variavam de "Hotel California" a Zeca Pagodinho.
A escolha do local não foi aleatória, disse Ruth Cavalcante, que é pesquisadora e professora de biodança. Por meio do projeto Viva o Parque, diversos cidadãos conheceram a prática da biodança no Cocó, ela explicou.
Uma dessas pessoas é Mariza Batista, 28, que começou a frequentar o parque para praticar. "Eu via o pessoal dançando e uma amiga fez o convite", contou. "Eu era muito tímida. As primeiras sessões foram mais difíceis, depois fui conhecendo o pessoal".
Em termos gerais, a biodança é método de desenvolvimento humano que, por meio da música e do movimento, elabora a relação de um indivíduo consigo mesmo, com os outros e com a natureza.
Ruth Cavalcante explicou que a biodança "trabalha com a sacralidade da vida", isto é, o lado sagrado. O que "norteia a biodança", segundo ela, é o princípio biocêntrico, de que a vida deve estar no centro de tudo.
Ruth sinaliza que biodança não é terapia, "mas tem caráter terapêutico. Por isso, é preciso que a pessoa decida fazer. Não podemos trazer a pessoa sem ela querer. Há muita resistência, principalmente de homens, em se trabalhar".
Pela junção do prefixo "bio" com a palavra "dança", biodança pode significar "dança da vida". O método foi idealizado pelo professor e pesquisador chileno Rolando Toro (1924-2010).
Na década de 1970, o método se expandiu pelo Brasil, principalmente por meio das contribuições do psicólogo cearense Cezar Wagner de Lima Góis, professor aposentado da Universidade Federal do Ceará (UFC).