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Execução em Guarulhos: a máfia dá as caras de novo
Farol

Execução em Guarulhos: a máfia dá as caras de novo

Se nem a riqueza do empresário nem o fato dele estar no aeroporto mais movimentado da América do Sul intimidaram os criminosos a efetuar tiros de fuzis, o que restará para humildes cidadãos moradores de uma região dominada pela facção?
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Entenda tudo que se sabe e o que ainda está sob investigação sobre o caso de Antônio Gritzbach, que foi assassinado em aeroporto após delatar crime do PCC (Foto: Instagram)
Foto: Instagram Entenda tudo que se sabe e o que ainda está sob investigação sobre o caso de Antônio Gritzbach, que foi assassinado em aeroporto após delatar crime do PCC

Os assassinatos do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach e do motorista por aplicativo Celso Araujo Sampaio de Novais em pleno Aeroporto Internacional de Guarulhos, no último dia 8, foram a enésima mostra da falta de controle do Estado brasileiro perante o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Celso foi uma infeliz vítima colateral de um atentado que mirava Antônio Vinícius, réu por lavagem de dinheiro e também por mandar matar duas pessoas em 2021. Uma delas, Anselmo Bechelli Santa Fausta, seria um influente integrante do PCC. Conforme a investigação, Antônio Vinícius trabalhava com imóveis e operações com bitcoins, passando a realizar negócios com Anselmo. Desconfiando que estava sendo enganado, Anselmo decidiu romper a parceria e passou a cobrar o dinheiro que havia investido. Antônio Vinícius, então, teria decidido matá-lo. Por conta da execução, Antônio Vinícius passou a ser ameaçado de morte; um dos supostos executores do duplo homicídio, inclusive, foi morto e decapitado. Para diminuir a pena e também tentar proteger-se, ele firmou acordo de delação premiada. Não adiantou.

Se nem a riqueza do empresário nem o fato dele estar no aeroporto mais movimentado da América do Sul intimidaram os criminosos a efetuar tiros de fuzis, o que restará para humildes cidadãos moradores de uma região dominada pela facção? Além disso, mais uma vez, ficam evidenciados os cada vez mais frequentes tentáculos do PCC sobre negócios, aparentemente lícitos, como investimentos em criptomoedas e no setor imobiliário.

 

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