O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve o dreno retirado da cabeça e continua na UTI se recuperando dos procedimentos pelos quais passou para tratar um sangramento intracraniano, informou o Hospital Sírio-Libanês em boletim médico nesta quinta-feira, 12.
Segundo a nota, o petista está "lúcido e orientado, conversando normalmente, alimentou-se bem e recebeu visitas de familiares". A nota é assinada pelo diretor de Governança Clínica do hospital Luiz Francisco Cardoso, e pelo diretor clínico Álvaro Sarkis.
Lula está hospitalizado desde segunda-feira, 9 , quando foi para a unidade de Brasília do Sírio-Libanês com dores de cabeça. Um sangramento na cabeça foi constatado e, horas depois, o petista estava na unidade de São Paulo do mesmo hospital, mais equipada.
O presidente passou por uma cirurgia na madrugada de terça-feira 10, para tirar o sangue acumulado, que poderia comprimir o cérebro. O petista teve o dreno instalado depois dessa operação. O dispositivo, retirado há pouco, servia para escoar eventuais secreções.
Na manhã de ontem, Lula foi submetido a uma embolização de artéria para evitar novos sangramentos.
A equipe médica do presidente, em coletiva de imprensa realizada no Hospital Sírio-Libanês, afirmou que o procedimento realizado por volta das 7h para evitar um novo sangramento na cabeça foi um sucesso.
O médico Roberto Kalil disse que a previsão de alta está mantida para o início da semana que vem. "Ele está acordado, está comendo, está super estável. Isso não atrasou nem um pouco a programação dos próximos dias que, a depender da evolução do presidente, deverá ter alta no começo da semana."
Os médicos afirmaram ainda que o exame neurológico de Lula está normal. A recomendação é de "repouso relativo" nas próximas semanas. Atividades físicas devem ser postergadas e o presidente deve evitar situações de estresse.
O médico que realizou a intervenção, José Guilherme Caldas, afirmou que é um procedimento relativamente simples. "O que importa é acabar com o sangue que chega perto do hematoma. O que a gente injeta é como se fosse uma gelatina, umas partículas, que entopem esse vaso. O que importa é deixar de chegar o sangue nesse local".
O procedimento tem o objetivo de reduzir o risco de se formar novo hematoma, na região entre o osso do crânio e o cérebro. Para a intervenção, não houve anestesia geral, apenas uma sedação.
A equipe médica garantiu ainda que o presidente está neurologicamente perfeito. "Em nenhum momento ele teve nenhuma lesão cerebral", disse Kalil, ao explicar que o presidente já está "conversando, comendo e andando pra lá e pra cá". Os médicos reafirmaram que não há nenhuma sequela e Lula é considerado "cognitivamente íntegro".
"Por que fez o procedimento? Não teve nenhum tipo de sangramento. Foi feita a drenagem com sucesso [na terça] e esse outro tipo de procedimento foi para prevenir ou minimizar o risco de novos sangramentos", explicou Kalil.
Ele acrescentou que não se avisou antes porque "medicina é dia a dia". "Principalmente um paciente na UTI, pós um sangramento cerebral. Evoluiu bem como ele evoluiu, está ótimo, então o que vamos fazer para protegê-lo? E aí foi discutido esse procedimento. O presidente foi comunicado desse procedimento ontem à tarde", disse.
Kalil informou ainda que o presidente poderá ir pra Brasília após a alta, que deve ocorrer na próxima segunda ou terça-feira. Segundo, ele a evolução de Lula tem sido muito boa. "O que se espera é que na próxima semana o presidente esteja já no Alvorada", disse.