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Deputados alemães rejeitam moção de confiança de Scholz e abrem caminho para eleições em fevereiro
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Deputados alemães rejeitam moção de confiança de Scholz e abrem caminho para eleições em fevereiro

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O chanceler alemão Olaf Scholz gesticula enquanto se dirige ao Bundestag (câmara baixa do Parlamento) em Berlim em 16 de dezembro de 2024, antes de um voto de desconfiança contra si mesmo. O atribulado chanceler alemão Olaf Scholz enfrenta o parlamento em 16 de dezembro de 2024 para desencadear o processo em direção às eleições de 23 de fevereiro de 2025, na esperança de que ele possa superar uma crise política e ganhar um segundo mandato.
 (Foto: John MACDOUGALL / AFP)
Foto: John MACDOUGALL / AFP O chanceler alemão Olaf Scholz gesticula enquanto se dirige ao Bundestag (câmara baixa do Parlamento) em Berlim em 16 de dezembro de 2024, antes de um voto de desconfiança contra si mesmo. O atribulado chanceler alemão Olaf Scholz enfrenta o parlamento em 16 de dezembro de 2024 para desencadear o processo em direção às eleições de 23 de fevereiro de 2025, na esperança de que ele possa superar uma crise política e ganhar um segundo mandato.

O chanceler alemão, o social-democrata Olaf Scholz, perdeu, nesta segunda-feira (16), uma moção de confiança no Bundestag, a Câmara baixa do Parlamento, abrindo caminho para a realização de eleições gerais antecipadas em 23 de fevereiro.

A votação no Bundestag, que Scholz já esperava perder, permite ao presidente Frank-Walter Steinmeier dissolver a legislatura e declarar formalmente o retorno às urnas.

A votação ocorreu após um intenso debate na Câmara, onde os grupos políticos se acusaram mutuamente pelo adiantamento das eleições.

Scholz, de 66 anos, aspira a outro mandato, mas está fragilizado nas pesquisas, aparecendo atrás do líder opositor conservador Friedrich Merz, da União Democrata-Cristã (CDU), o partido da ex-chanceler Angela Merkel.

Após mais de três anos no poder, a coalizão tripartite liderada pelo Partido Social-Democrata (SPD) de Scholz, junto com os Verdes e o Partido Democrático Liberal (FDP), rompeu-se em 6 de novembro.

A Alemanha está há meses em crise política enquanto tenta reviver sua economia, atingida pelos preços da energia e pela dura concorrência da China.

O governo de Berlim também enfrenta os desafios impostos pela guerra da Rússia na Ucrânia e pelo iminente retorno de Donald Trump à Casa Branca, que coloca em dúvida as futuras relações comerciais com os Estados Unidos.

Essas questões foram o foco do acalorado debate desta segunda-feira entre Scholz, Merz e outros líderes políticos.

Por fim, 207 parlamentares mantiveram a confiança em Scholz, enquanto 394 votaram contra, com 116 abstenções.

"Estou feliz que a decisão tenha sido finalmente tomada, que as coisas estejam caminhando e que os cidadãos agora tenham a palavra", disse Scholz à emissora NTV depois de perder o voto de confiança.

Durante o debate, Scholz argumentou que seu governo conseguiu fortalecer as forças armadas que os governos anteriores, liderados pela CDU, haviam deixado "em um estado deplorável".

"Já é hora de investir poderosamente e de forma decisiva na Alemanha", disse Scholz, alertando que "uma potência nuclear altamente armada [Rússia] está travando uma guerra na Europa a apenas duas horas de voo daqui".

Merz, no entanto, respondeu que Scholz havia abandonado o país "em uma das maiores crises econômicas do pós-guerra". "Você teve sua chance, mas não a aproveitou [...] O senhor, Scholz, não merece confiança", disse.

Merz, um ex-advogado que nunca ocupou um cargo no governo, foi um dos principais críticos da coalizão tripartite, que se desfez por desacordos fiscais e econômicos.

Em 6 de novembro, quando Scholz demitiu seu ministro das finanças, Christian Lindner, do FDP, a coalizão colapsou.

Scholz voltou a criticar Lindner nesta segunda-feira pelo "sabotagem" que destruiu a coalizão e prejudicou "a reputação da democracia".

Desde a saída do FDP, Scholz lidera um governo minoritário com os Verdes, incapaz de aprovar projetos de lei importantes ou um novo orçamento.

O panorama político alemão está mais fragmentado do que nunca desde o surgimento, nos últimos anos, do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

A AfD passou de ser um partido marginal eurocético a se tornar uma força política importante, e agora conta com cerca de 18% do apoio do eleitorado.

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