Foi a paixão pela leitura que fez Emanuela Ribeiro despertar um dom que já era conhecido, a escrita. A partir desse interesse ela se formou em jornalismo, conquista fundamental para sua chegada no campo da literatura.
Em busca de liberdade para explorar sua escrita, Ribeiro começou a escrever contos, crônicas em diversas revistas literárias. Publicando seu primeiro romance, "O romper das conchas", pela Editora Caos & Letras em 2023.
Em sua obra, Emanuela aborda temas bastante atuais como desconstrução da maternidade e relacionamentos abusivos. A trama conta a história de duas irmãs que se aproximam após a morte da mãe. Após a mais velha ter deixado a Praia das Conchas, onde morava, para cursar a faculdade, enquanto caçula da família ficou para acompanhar a mãe, que sofria de depressão.
Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC), a escritora esteve entre os semifinalistas do tradicional, para o mundo literário, Prêmio Jabuti 2024. A especialista em assessoria de comunicação, esteve selecionada entre 10 autores para disputar na categoria "Escritor estreante - Romance".
Em conversa com O POVO, Emanuela Ribeiro relembra participação no Prêmio Jabuti 2024, assim como toda a trajetória que a fez abraçar o universo literário e o desenvolvimento do seu primeiro romance.
OPOVO - Você é jornalista por formação, mas como foi que você embarcou no mundo da literatura? Sempre teve essa afinidade?
Emanuela Ribeiro - Assim, já na adolescência, eu fui muito amiga da biblioteca e dos livros, sabe? Foi ali que decidi fazer jornalismo porque gostava de escrever. Achava que seria apenas jornalista, mas o jornalismo acabou me levando a outro lugar. É uma escrita mais pragmática, digamos assim. Só nos últimos quatro anos voltei a uma escrita mais livre e criativa. Assim surge o livro "Romper as Conchas" que é minha primeira obra solo. Antes, já tinha participado de coletâneas escrevendo contos e crônicas, mas esse é meu primeiro romance.
OP - Como foi o processo criativo desta sua última produção literária?
Emanuela - Foi muito interessante porque já tinha parte da história na cabeça, mas quando comecei a escrever, achava que não estava bom o suficiente. Fiz um compromisso de terminar a primeira versão, sem saber se ia para o mundo ou ficaria na gaveta. Depois que concluí, dei um tempo e revisei. Enviei para leitura crítica, recebi um relatório, e isso virou uma chave para mim. A revisão foi um período que adorei, mesmo achando que não ia gostar. No final, enviei para três editoras e, no início de 2023, recebi duas devolutivas positivas. Fechei com a Causa e Letras e, em 2023, foi outra fase, com edição, diagramação e o lançamento no final do ano.
OP - Seu livro aborda temas contemporâneos e sensíveis. Como foi trabalhar esses tópicos no desenvolvimento da história?
Emanuela - Foi desafiador. Fiquei com medo de pesar a mão, mas quando comecei a escrever, pensei que seria uma leitura fluida, mas alguns temas, como abuso, violência e saúde mental, eram muito densos. Apesar disso, acredito que a literatura permite tratar de assuntos considerados tabus de maneira sensível, sem parecer forçado. No livro, tentei mostrar pessoas reais, errando e tentando acertar, o que gera empatia e reflexão.
OP - No início do processo, você já tinha alguma mensagem clara que queria transmitir com a sua escrita?
Emanuela - Sim, eu sempre quis falar do feminino, de mulheres se apoiando. O próprio exemplo está nesse livro que traz irmãs como protagonistas igualmente importantes, e outras personagens femininas que também desempenham papéis significativos. A ideia era mostrar empoderamento, cada uma descobrindo seu caminho, mas sem perder de vista o apoio entre si.
OP - Seu livro foi semifinalista no Prêmio Jabuti 2024 na categoria "Escritor estreante - Romance". Como foi essa experiência? Já tinha participado de alguma premiação similar?
Emanuela - Nunca tinha participado de algo assim. Foi uma surpresa maravilhosa. Durante o ano, a editora perguntou se queríamos inscrever o livro em premiações, e, apesar de sem muita esperança, resolvi tentar. Estar entre as 10 obras selecionadas para concorrer ao prêmio foi emocionante e reforçou para mim a importância de acreditar na minha voz e nas mensagens que quero transmitir.
OP - Você já tem planos para futuros livros ou está focando apenas nesta última obra no momento?
Emanuela - Já tenho ideias para outros dois livros e pretendo começar o planejamento em 2025. Porém, "Romper as Conchas" ainda tem leitores para alcançar, então quero continuar dando atenção a ele. Mas a escrita se torna um vício bom, e não pretendo parar.
Sobre a autora
Instagram: @leiturasdaemanuela
Livro "Romper das Conchas"
Onde: site da amazon
Quanto:R$ 45,00