Donald Trump retornou ao poder para um segundo mandato não consecutivo e acendeu uma luz de alerta no mundo; que aguarda os efeitos da nova administração de Washington. Desta vez, o republicano chega mais experiente, consolidado e determinado a não deixar que ninguém esqueça os porquês que o alçaram de volta à Casa Branca, quatro anos após perder a reeleição.
O empresário, magnata e pretenso ator hollywoodiano tornou-se a maior força política do país na atualidade; não há como negar. Já de início, retirou os EUA do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde; fechou a fronteira com o México para imigrantes sem documentação e colocou em prática o plano de deportação em massa. Até aí, suco de trumpismo e mais espetáculo do que política.
Trump governará com maioria no Senado, na Câmara e na Suprema Corte; essa última conta com seis juízes conservadores, três nomeados por Trump. Além disso, Trump descolou-se do tradicionalismo de alas do Partido Republicano e decolou em voo solo vendendo-se como única figura viável e chamando outros bilionários para comandar áreas estratégicas da gestão.
O contraponto, pelo visto, terá que ser coletivo, a partir da mobilização de organizações da sociedade civil e dos governos estaduais, que tradicionalmente têm autonomia em temas vinculados à segurança; educação e saúde; direito trabalhista e penal; processo eleitoral e outras regulamentações do cotidiano.
Trump dá sinais de que não irá se moldar, pelo contrário, tentará fazer com que o resto do mundo se adapte ao seu estilo. E aos que questionarem, um sonoro: "Não precisamos deles", como disse ao ser perguntado sobre Brasil e América Latina.
Apesar disso, a história recente ensina que o eventual sucesso ou a ruína de governos estão umbilicalmente ligados ao desempenho econômico. O espetáculo - com populismo e comportamento disruptivo - pode até eleger presidentes, mas só isso não os sustenta.