O Porto do Pecém atingiu, pela primeira vez na história, a marca de 555 mil contêineres movimentados em um só ano, em 2024.
O recorde ajudou na expansão de 13% na movimentação total e na conquista de novos recordes, segundo informou a Companhia do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp SA), administradora do terminal, em primeira mão ao O POVO.
Ao todo, foram 19,6 milhões de toneladas em trânsito pelo Pecém no último ano a partir da navegação de 96 navios a mais do que em 2023.
Parte deles voltou a operar carga de minério de ferro para China, somando um total de 600 mil toneladas entre janeiro e dezembro de 2024.
"Foi um ano muito especial, o segundo melhor ano da história do Porto do Pecém. Primeira vez que ultrapassamos a marca de 500 mil contêineres. Tivemos um bom desempenho no setor de granéis sólidos, retomando a exportação de minério de ferro para a China. Vamos provando que nosso terminal é robusto e que nosso time é comprometido", comemora André Magalhães, diretor comercial do Complexo do Pecém.
"Tivemos o recorde de movimentação em um único navio, o MSC Mariagrazia, com mais de 7 mil TEUs em uma única operação. Nossas operações são eficientes e seguras e, por isso, nossa expectativa é seguir nesse bom crescimento em 2025", projeta Roberto de Castro, diretor de operações do Complexo do Pecém.
O POVO acompanhou o início da operação do Mariagrazia, em setembro de 2024, quando o Pecém bateu o recorde mencionado pelo diretor de operações.
Com partida da China e passagem pelo Canal do Panamá, o navio recebido no último fim de semana trouxe cargas que irão para 14 outros portos - entre linhas nacionais e internacionais, além de rotas rodoviárias - a partir do Pecém.
Este é o perfil que o porto cearense almeja, aproveitando a localização estratégica e o formato offshore (no qual o acesso das embarcações se dá no mar e não na costa).
Para este ano, o diretor comercial do Complexo aponta projetos estratégicos como foco das atividades do Pecém. Ele cita a consolidação do hub de hidrogênio verde com destaque para os três novos pré-contratos para produção de H2V com a Voltalia, a FRV e a Fuella AS.
Os três somam mais R$ 15 bilhões aos investimentos projetados para o Complexo nesta frente.
“Além disso, assinamos dois contratos na área de óleo e gás: um novo terminal greenfield (nunca utilizado mas pronto para o uso) de combustíveis com a Dislub/TMB, com início de operações em 2027; e outro terminal greenfield para armazenagem e distribuição de GLP com a Supergasbras e Ultragaz, com início previsto para 2028, que está aguardando análise e aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)”, complementa o diretor.