O policial penal José Wendesom Rodrigues de Lima, de 37 anos, morto na terça-feira, 28, durante ação de inteligência no Centro de Fortaleza, teria sido confundido com membro de uma facção rival a dos criminosos. Crime aconteceu enquanto o agente vigiava o grupo criminoso, que estaria planejando resgate de membros da facção em unidade prisional no Ceará.
O agente penal fazia parte da Coordenadoria de Inteligência (Coint), da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), e investigava membros do Comando Vermelho (CV), oriundo dos estados do Pará e Amazonas, que, conforme as investigações, estavam em Fortaleza há poucos dias. Ao todo, quatro pessoas foram presas suspeitas da morte do agente penal.
Dois suspeitos, de 29 e 31 anos, foram presos ainda na terça em pousadas, sendo uma na avenida Monsenhor Tabosa, e outra na rua Baturité, ambas no Centro, em Fortaleza. Um terceiro homem, de 23 anos, apontado como o autor dos disparos, foi capturado durante à noite, em um carro, utilizado na fuga, no bairro Bonsucesso.
Na manhã desta quarta-feira, 29, um quarto homem, de 25 anos, lesionado na ação, foi capturado em um flat na avenida Beira Mar, no bairro Meireles. O suspeito também seria um dos autores dos disparos contra o agente penal. Todos são naturais da região Norte, sendo dois do estado do Pará, e um do Amazonas.
Durante as diligências, um veículo T-Cross foi apreendido na comunidade do Oitão Preto, no bairro Moura Brasil. O carro teria sido utilizado na ação que resultou na morte do policial penal.
Outro carro, usado na fuga de um dos suspeitos, também foi apreendido. No momento da execução, o policial estava ao lado de mais dois colegas em um carro descaracterizado da SAP. Os demais agentes não foram feridos.
De acordo com o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Ricardo Pinheiro, um conjunto de circunstâncias estão sendo aprofundadas no inquérito policial para saber por qual razão os criminosos confundiram os agentes da SAP.
“Talvez o local, que tinha uma comunidade próxima, o tempo que demorou. São circunstâncias que merecem aprofundamento ao longo do inquérito policial pra gente poder entender o que levou a essa conclusão dos dos faccionados”, disse.
Nas ações que resultaram nas capturas dos suspeitos, foram apreendidos dez entorpecentes, armas e munições. Com o primeiro suspeito preso, dez quilos de cocaína, 15 gramas de maconha, além de aproximadamente 400 munições de fuzil calibre 5.56, 100 munições calibre 380 e 60 munições calibre 9 milímetros foram apreendidas. O segundo foi localizado com caixas de munições e uma pistola calibre 9mm com numeração raspada.
Os trabalhos policiais foram realizados por equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Força Tática (FT) e do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque) da Polícia Militar do Ceará (PMCE) e da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP).
O caso está a cargo da 11º Delegacia do DHPP, unidade da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) que segue em diligências e oitivas para identificar e capturar outros suspeitos. Os trabalhos também contaram com o apoio da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Os policiais penais vítimas de ação criminosa por membros do Comando Vermelho (CV) investigam que o grupo estaria em Fortaleza planejamento resgate de integrantes, principalmente líderes da facção de origem carioca, em uma unidade prisional do Ceará. Ainda não há informações de qual unidade o grupo estava focado.
Conforme o diretor do DHPP, a Polícia Penal recebeu um informe e trabalhava nas ações de inteligência sobre o caso. “Um possível resgate de preso, razão pela qual estava trabalhando essa informação juntamente com os agentes da Coint, da nossa coordenadoria de de inteligência, e durante esse trabalho ocorreu a situação, os disparos em direção à composição”, comenta.
Apesar da falta de detalhes sobre a unidade prisional alvo do grupo ou a identidade da organização criminosa rival, a investigação tem perspectivas de mais envolvidos serem identificados. A investigação busca elucidar as circunstâncias do tiroteio, as motivações do grupo criminoso e a extensão da rede criminosa envolvida no resgate dos membros do CV no sistema prisional do Ceará.