O Ano Novo das Árvores judaico, Tu Bishvat, foi celebrado, na manhã desta quinta-feira, 13, no Parque Adahil Barreto, no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza. A ação em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Ceará (Sema) contou com a distribuição de 50 mudas de árvores nativas para os fiéis da religião.
A solenidade religiosa simboliza recomeço e o início da nova estação dos frutos em Israel. Como o judaísmo tem origem isralense, a religião segue o calendário lunar em que o período - varia entre janeiro e fevereiro - marca a formação dos frutos, em razão do clima no país. Na data, há o costume de comer frutas, especialmente as mencionadas na Torá, como figos, tâmaras e romãs.
Conforme o presidente da sinagoga israelita Beit El, Ribamar Almeida, 55, a celebração conecta a fé e a preservação da natureza. Ele explica que a religião incentiva os cuidados com as áreas verdes e cita que o ser humano é comparado a uma árvore no livro sagrado judaico, o Torá.
“O Tu Bishvat comemora o recomeço de um novo ciclo das árvores. Daí traz a ideia de sempre preservar a natureza”, explica Ribamar. “A Torá fala que o homem é como uma árvore no campo. Se preservamos as árvores, nós também preservamos as pessoas, amando o próximo e fazendo o que a Torá diz”, acrescenta.
Durante o evento, foi realizada uma palestra sobre educação ambiental, orientações sobre cuidados no plantio das mudas das árvores nativas e crenças israelenses sobre a data.
Em seguida, os fiéis plantaram oito mudas de árvores nativas no Parque Adahil Barreto, tais como, o pau-brasil (paubrasilia echinata), a cajazeira (spondias mombin L.), entre outras.
Para Laís Gomes,31, a data produz reflexões acerca da conservação ambiental, e isso é refletido e repassado para as futuras gerações: “Além de eu estar ensinando a tradição do nosso povo e os dias festivos para minha filha, Safira, eu estou ensinando ela a cuidar da natureza”.
Já o viveirista do Parque Adahil Barreto, Lourival Martins, 61, diz que ações como essas representam a realização de um grande propósito do viveiro: “É o propósito de plantar e acolher pessoas que queiram plantar também. E ajudar, de certa forma, porque estamos precisando reflorestar os lugares, não para amanhã, mas para ontem”.