Apesar das chuvas e da previsão de tempestade, a festa no Aterro da Praia de Iracema, em Fortaleza, não deixou de acontecer. Mesmo com público menor, os foliões vieram com amigos e família em busca de efetivar 2025 com a folia de Carnaval.
Famoso entre os grandes músicos do Ceará, Pantico Rocha subiu ao palco ao lado do grupo Frevo Maresia. Ao fim do show, ele dedicou parte do seu tempo para falar do homenageado do Carnaval 2025, o cantor Ednardo, com quem realizou vários trabalhos juntos. "Todo artista nesse Carnaval deveria cantar pelo menos uma música do Ednardo", disse Pantico para incentivar que as atrações da noite mostrem ao público jovem o trabalho do homenageado.
Logo em seguida, a banda Nação Zumbi subiu ao palco e usou do momento de primeiro contato com o público para lembrar do legado de Ednardo, que subiu ao palco na sequência.
Destacando o que afirmou ser a música do Carnaval, estava Laura Brito, vestida de tigrinho em referência à canção "Sequência do Arrocha".
"Eu acho que é uma música com espírito do tempo que estamos vivendo, trazendo a música para o popular", declarou. Com entusiasmo na festa, a publicitária de 22 anos destaca que o Carnaval deve ser feito com músicas do momento e com clássicos da festividade também.
Às 22 horas, conforme divulgado, o homenageado do Carnaval de Fortaleza, Ednardo, subiu ao palco. O criador da emblemática canção “Pavão Misterioso” foi a última atração da noite e assumiu a música depois de diversas homenagens de Nação Zumbi e Pantico Rocha em suas respectivas apresentações.
O cearense, que completa 80 anos em abril, discursou, entre a apresentação de sucessos que marcaram seu repertório, sobre a felicidade de receber a homenagem neste ano.
“Foi com muita alegria que eu recebi esse convite. De brasileiros de norte a sul, eu canto a minha música do Ceará”, declarou o cantor em sua primeira fala aos foliões. Ednardo é conhecido internacionalmente por suas canções e é considerado o artista de sua geração que mais representa a “cearensidade”.
O Aterro da Praia de Iracema, principal polo de Carnaval do Ceará, registrou grande público neste primeiro dia de festa. Nele, a diversidade de gênero, sexual e, principalmente, etária, foram a marca da festa. Em cada espaço, era possível ver crianças brincando entre si, idosos e jovens casais.
“Eu tô cantando musicas que eu gravei quando vocês eram bem novinhos ou nem tinham nascido. É legal ver que vocês sabem cantar”, comemora o cearense, ao perceber a quantidade de jovens no entorno do palco.
O artista, com muita animação, compartilha aos foliões: “Uma moca me perguntou ‘Ednardo, como você vê a apropriação das suas musicas no Carnaval?’”, diz ele, que acrescenta estar nas festas Carnavalescas da Cidade desde criança. Como artista, ele destaca ter participado do Carnaval desde o Maracatu até o Frevo.
“Antes do Carnaval me abraçar, eu abracei o Carnaval”, finaliza.
Durante o show, a chuva voltou a cair e, pouco a pouco, os foliões foram embora. A grande maioria, no entanto, ficou firme na areia até o final do show.