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PM acusado de matar adolescente de 16 anos é condenado a 13 anos e nove meses de prisão
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PM acusado de matar adolescente de 16 anos é condenado a 13 anos e nove meses de prisão

A pena de reclusão será cumprida em regime fechado. Ricardo Lucas também perdeu o cargo de policial militar no estado do Ceará
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Paulo Vitor foi morto aos 16 anos de idade durante abordagem policial no bairro Mondubim  (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal )
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal Paulo Vitor foi morto aos 16 anos de idade durante abordagem policial no bairro Mondubim

O policial militar Ricardo Lucas Góes Jucá, que se tornou réu acusado de matar o adolescente de 16 anos de idade Paulo Vitor Oliveira, durante abordagem policial no bairro Mondubim, em Fortaleza, foi condenado a 13 anos e nove meses de reclusão em regime, inicialmente, fechado fechado.

O réu perdeu o cargo de policial militar do estado do Ceará e após a sentença saiu escoltado diretamente para o sistema prisional. Ricardo Lucas estava com uma equipe policial no dia 24 de junho de 2022 quando realizavam uma abordagem.

O garoto Paulo Vitor havia saído de casa para comprar uma pasta de dente a pedido da mãe, no entanto, foi atingido por tiros. O caso foi flagrado por câmeras de vigilância, que mostraram o momento que o jovem é baleado. 

Conforme os autos, na rua, ele e uma outra pessoa não identificada avistaram uma viatura da polícia e correram, o que deu início a uma perseguição. O adolescente se deslocou até outra via, onde ficava uma pizzaria, na qual havia uma maior quantidade de pessoas. Mais à frente, se deparou com o réu e outro policial, tendo sido, então, atingido no peito por um disparo de arma de fogo. 

Paulo Vitor queria se tornar jogador de futebol profissional. Família contou que, no dia da intervenção policial, ele tinha saído de casa para comprar pasta de dente(Foto: arquivo pessoal )
Foto: arquivo pessoal Paulo Vitor queria se tornar jogador de futebol profissional. Família contou que, no dia da intervenção policial, ele tinha saído de casa para comprar pasta de dente

O jovem não resistiu aos ferimentos e morreu. Foi verificado que o tiro que atingiu Paulo Vitor foi efetuado por Ricardo, que foi acusado do crime, denunciado pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).

Em depoimento, o policial descreveu ter ouvido disparos de arma de fogo e, em seguida, percebeu pessoas vindo em sua direção. Conforme o relato, os agentes deram ordem de parada, que não foi obedecida, motivo pelo qual ele atirou, com a intenção de dispersar o grupo. Conforme a denúncia, a versão do réu não foi confirmada pelas testemunhas.

A Justiça aceitou a denúncia e Ricardo foi à Júri Popular, que teve início na quinta-feira, 27, e terminou nesta sexta-feira, 28. 

De acordo com o Tribunal de Justiça do Ceará, depois das alegações apresentadas pela acusação e pela defesa do réu, o Conselho de Sentença da 5ª Vara do Júri acolheu a tese ministerial e considerou que o homicídio ocorreu na modalidade de dolo eventual qualificado, pela utilização de meio que gerou perigo a outras pessoas.

O policial foi condenado a 13 anos e 9 meses de prisão, a serem cumpridos, inicialmente, em regime fechado. Também foi fixado, a título de reparação por danos morais, a quantia de R$ 13.500,00, conforme havia sido solicitado na denúncia.

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