As escritoras Aline Bei e Andrea Del Fuego se reuniram para o bate-papo “Mulheres que escrevem, histórias contam”, parte da programação da XV Bienal Internacional do Livro do Ceará, neste domingo, 6. A conversa foi realizada na Arena Bece com a mediação de Ana Karine Garcia, coordenadora de acervo da Bece.
Em um espaço que buscava trazer um pedaço da biblioteca para o evento, as duas falaram sobre a relevância de narrativas produzidas por mulheres para um público de pouco mais de 40 pessoas. Para Andrea Del Fuego, a temática demonstra o espaço ocupado atualmente pelas mulheres na escrita.
“Só reflete como o campo está tomado pelas mulheres em todas as áreas da literatura. Nós escrevemos, somos capistas, ilustradoras, editoras, curadoras dos eventos, juradas de prêmios, donas de livrarias e melhor ainda: somos leitoras”, destaca a paulistana, cujo último lançamento foi “A Pediatra” (2021).
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A autora de “Pequena Coreografia do Adeus” (2021) e “O Peso do Pássaro” (2017), Aline Bei, salienta que o contato com a escrita foi fundamental para ela se redescobrir dentro do mundo da arte. “Eu comecei a escrever depois que havia saído do teatro, estava em luto, então foi um modo de reencontrar o teatro dentro de mim”, relata Aline que também é formada em Artes Cênicas pela Teatro Escola Célia-Helena.
“Então, a escrita me salvou nessa espécie de luto e ela tem uma vantagem que é uma coisa que fazemos em silêncio, clandestinamente. Ser escritora não é algo tão exposto como trabalhar como atriz. Isso me deu uma autonomia e uma liberdade que me interessa mais”, conta a escritora cujas obras abordam principalmente relações familiares.
Andrea Del Fuego relembra que, em um passado não muito distante, o ofício da escrita era algo negado às mulheres. “Existe uma demanda milenar para escrita de mulheres, porque nós fomos alfabetizadas há pouquíssimo tempo. Então, é muito rico que estejamos escrevendo”, salienta a também autora de “Os Malaquias” e cujo o nome artístico é inspirado na bailarina Luz Del Fuego.