O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai passar por uma cirurgia no intestino em Brasília neste domingo, 13, após decisão da equipe médica que o acompanhava no Rio Grande do Norte. O avião com Bolsonaro decolou no fim da tarde de ontem, de Natal (RN), e chegaria na capital federal à noite. A operação acontece no Hospital DFStar.
Ao deixar o hospital na capital potiguar o ex-presidente tinha uma sonda no nariz e chegou a ser abraçado por apoiadores — ele caminhou antes de entrar na ambulância. Na viagem para Brasília ele estava acompanhado do médico Cláudio Birolini e de uma equipe médica da Unimed.
Boletim médico divulgado ontem pela unidade hospitalar onde ele estava, em Natal, informa que Jair Bolsonaro teve uma "noite tranquila" e todos os sinais vitais e exames complementares estavam "dentro da normalidade". "A pressão arterial e os batimentos cardíacos também seguiam normais, sem necessidade de medicamentos para controle.
"(Bolsonaro) apresenta excelente estado de humor, redução do quadro de distensão abdominal e permanece sem necessidade de analgesia. Todos os sinais vitais e exames complementares mantêm-se dentro da normalidade, sem intercorrências clínicas até o presente momento", dizia o boletim, assinado pelo médico Luiz Roberto Leite Fonseca, diretor-geral do Hospital Rio Grande.
Na sexta-feira, 11, o ex-presidente sentiu fortes dores abdominais e foi atendido com urgência no Hospital Municipal Aluízio Bezerra, em Santa Cruz (RN). Em seguida, foi transferido para o Hospital Rio Grande, em Natal, onde permaneceu internado até ser transferido.
Bolsonaro deu entrada com "quadro de distensão abdominal e dor". Nas redes sociais, ele atribuiu o problema a uma complicação no intestino delgado, resultado das cirurgias feitas após o atentado a faca sofrido em Juiz de Fora (MG) durante a candidatura presidencial de 2018. Ele estava em uma turnê pelo Nordeste, batizada de "Rota 22", com o objetivo de se aproximar do eleitorado da região. Na última eleição, Lula (PT) venceu Bolsonaro nos nove Estados nordestinos com ampla vantagem e a iniciativa fora idealizada por Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado. Por essa razão o estado de Marinho foi escolhido como o pontapé da iniciativa.
Desde o começo da crise que o médico Antônio Luiz Macedo adiantava que a possibilidade de cirurgia não estava totalmente descartada. Ele acompanha o caso do ex-presidente desde 2018 e esteve o tempo todo em contato com a equipe que atende Bolsonaro em Natal. Macedo avaliou que as dores sentidas por Bolsonaro podem ter sido causadas por alimentos mal mastigados, o que teria provocado o quadro de semioclusão intestinal, diagnosticado pelos médicos em Natal.
Bolsonaro já realizou cinco cirurgias abdominais desde 2018, além de outras intervenções médicas por complicações associadas à facada. Antes do incidente da semana passada, a última intercorrência havia sido em maio do ano passado, quando ele teve de ser atendido às pressas em um hospital de Manaus (AM).
Em nota, o PL disse estar "profundamente consternado com o ocorrido". A "Rota 22" foi idealizada por Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado e ex-ministro de Bolsonaro. O Estado de Marinho foi escolhido para marcar o início da turnê pelo Nordeste, cujos próximos passos serão redefinidos a partir da recuperação do ex-presidente. Bolsonaro foi vítima de uma facada durante um evento da campanha à Presidência da República em Juiz de Fora (MG), em 2018.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), determinou "total empenho e a adoção de todas as providências necessárias por parte das equipes das Secretarias de Saúde e de Segurança Pública do Rio Grande do Norte para prestar assistência ao ex-presidente da República". (das agências de notícias)