Logo na entrada de Solonopole, município do Ceará, uma dupla com macacões largos repletos de trapos de tecidos e que cobrem o corpo inteiro, incluindo braços e pernas, assustam e surpreendem. Afinal, o termômetro marca 28 graus. Porém, segundos depois, despertam a lembrança para o momento que estamos: é segunda-feira que precede o Domingo de Ramos, que, por sua vez, dá início aos festejos da Semana Santa. Os homens em questão revivem a tradição dos caretas - ou malaquias, a depender da região do nordeste.
Mais à frente, um grupo de seis caretas estão totalmente caracterizados, inclusive com as máscaras assustadoras. Contraditoriamente, o grupo de homens esbanjam alegria. “A equipe aqui é do Sítio Estreito, do município de Orós. E a gente vem de lá pra cá. E vai voltando: Solonópole, Nova Floresta, aí Orós e o Sítio Estreito hoje”, conta Marcos Vinícius Lopes.
O brincante explica que, durante as andanças, além de “assustarem” as pessoas e fazerem muito barulho, “roubam” itens essenciais para a etapa seguinte da tradição. “À noite tem uma festinha. Nos juntamos essa mesma rapaziada. E nossos colegas entram na roda para roubar essa feira (os itens arrecadados durante a semana). Eles entram e saem apanhando”, descreve.
No grupo de Marcos Vinícius, os 24 caretas brincam na quinta-feira, mas, geralmente, a tradição acontece no sábado de Aleluia, juntamente com a malhação do Judas.
Alguns quilômetros depois, encontramos mais um recorte desse costume que segue vivo no interior do Ceará. Em Lima Campos, os sinos e chocalhos anunciam de longe a chegada de mais um grupo. Porém, apesar de maior no volume, este surpreende pela estatura dos integrantes. Junto com eles, Kênia Samara está o tempo todo de olho no filho João Kenedy e cerca de 14 meninos, que ela diz ter entre 8 e 11 anos.
“São tudo os amiguinhos de escola. Aí se juntaram para fazer essa brincadeira saudável. No momento (que ele falou que queria fazer), eu fiquei um pouco preocupada porque coração de mãe, você sabe como é, né?”, conta, rindo.
Porém, a apreensão se mistura à felicidade, afinla, como a própria afirma, “também tem uma tradição. É bom eles terem a infância que a gente teve, né? É passar para eles a cultura do Nordeste”, conclui. Brincando de assustar
Caretas mantém vivo o folclore e costumes que unem religião, tradição e coletividade
Logo na entrada de Solonopole, município do Ceará, uma dupla com macacões largos repletos de trapos de tecidos e que cobrem o corpo inteiro, incluindo braços e pernas, assustam e surpreendem. Afinal, o termômetro marca 28 graus. Porém, segundos depois, despertam a lembrança para o momento que estamos: é segunda-feira que precede o Domingo de Ramos, que, por sua vez, dá início aos festejos da Semana Santa. Os homens em questão revivem a tradição dos caretas - ou malaquias, a depender da região do nordeste.
Mais à frente, um grupo de seis caretas estão totalmente caracterizados, inclusive com as máscaras assustadoras. Contraditoriamente, o grupo de homens esbanjam alegria. “A equipe aqui é do Sítio Estreito, do município de Orós. E a gente vem de lá pra cá. E vai voltando: Solonópole, Nova Floresta, aí Orós e o Sítio Estreito hoje”, conta Marcos Vinícius Lopes.
O brincante explica que, durante as andanças, além de “assustarem” as pessoas e fazerem muito barulho, “roubam” itens essenciais para a etapa seguinte da tradição. “À noite tem uma festinha. Nos juntamos essa mesma rapaziada. E nossos colegas entram na roda para roubar essa feira (os itens arrecadados durante a semana). Eles entram e saem apanhando”, descreve.
No grupo de Marcos Vinícius, os 24 caretas brincam na quinta-feira, mas, geralmente, a tradição acontece no sábado de Aleluia, juntamente com a malhação do Judas.
Alguns quilômetros depois, encontramos mais um recorte desse costume que segue vivo no interior do Ceará. Em Lima Campos, os sinos e chocalhos anunciam de longe a chegada de mais um grupo. Porém, apesar de maior no volume, este surpreende pela estatura dos integrantes. Junto com eles, Kênia Samara está o tempo todo de olho no filho João Kenedy e cerca de 14 meninos, que ela diz ter entre 8 e 11 anos.
“São tudo os amiguinhos de escola. Aí se juntaram para fazer essa brincadeira saudável. No momento (que ele falou que queria fazer), eu fiquei um pouco preocupada porque coração de mãe, você sabe como é, né?”, conta, rindo.
Porém, a apreensão se mistura à felicidade, afinal, como a própria afirma, “também tem uma tradição. É bom eles terem a infância que a gente teve, né? É passar para eles a cultura do Nordeste”, conclui.