O primeiro dia de interdições nas faixas de Bus Rapid Transit (BRT) da avenida Bezerra de Menezes, em Fortaleza, foi marcado pela insatisfação dos passageiros com a medida temporária. De acordo com usuários das linhas de ônibus que trafegam pelo local, os coletivos tiveram atrasos de até 30 minutos no itinerário durante a manhã desta quarta-feira, 30, quando a medida passou a ser implementada.
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As seis estações do BRT no sentido Centro, bem como a faixa exclusiva para ônibus, amanheceram fechadas nesta quarta, e deverão permanecer assim até domingo, 4, conforme anúncio feito pela Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor). No sentido contrário, de quem trafega rumo a avenida Mister Hull, o trânsito flui normalmente.
A interrupção ocorre devido a obras de recuperação asfáltica próximo à estação José Lourenço, localizada entre a rua homônima e a General Piragibe.
Além dessa, a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP) também deverá iniciar intervenções no entorno da estação Cruz Saldanha, que fica na esquina da via também de mesmo nome, em frente ao Banco do Brasil.
Quem embarca e desembarca de ônibus diariamente no local afirma ter sentido uma grande diferença no tempo de viagem fora das faixas exclusivas.
Trafegando entre os veículos particulares e de aplicativo, os ônibus tiveram uma maior dificuldade para cumprir o itinerário no trecho inicial da via, que compreende as estações Olavo Bilac e José Lourenço, onde as obras já começaram.
“Acho que estou uma meia hora atrasada já. Preferia que fosse na estação porque já é uma área certa para os ônibus, onde os carros não atrapalham tanto o trânsito. Aqui fica carro misturado com ônibus e esse trânsito assim apertado”, conta a moradora do município de Caucaia, município da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), Ana Érica, 36, que realiza integração na Bezerra para chegar ao trabalho.
Além da lentidão no trânsito, parte dos passageiros foi pega de surpresa pela mudança nesta manhã. Entre estes estava Lúcia Mendes, 68, que apesar do anúncio feito pela Etufor, disse não ter visto nenhum aviso nas estações sobre o fechamento provisório.
“Pego ônibus aqui todos os dias e nem comunicaram para a gente. A gente é tomado de surpresa. Era para eles passarem um aviso para condutores e todos nós”, pontua a usuária da linha 088 - Antônio Bezerra/Albert Sabin.
Ao todo, 88 mil passageiros de 17 linhas que circulam pela avenida devem ser afetados pela interdição. Para amenizar os prejuízos causados devido a mudança, agentes do Sindiônibus, Etufor e Socicam estão dispostos pela avenida para orientar usuários e condutores.
O POVO procurou a Etufor para saber quais as linha foram afetadas pela interdição e aguarda retorno.
O POVO esteve na Bezerra de Menezes entre as 9h e as 11 horas da manhã desta quarta. Em boa parte da via, o trânsito fluía com tranquilidade, mesmo com a divisão de espaço entre carros, motos e ônibus.
Como citado anteriormente, o trecho de maior engarrafamento, mesmo após o fim do horário de pico, foram os primeiros quarteirões da via. Além do início das obras de recuperação do asfalto, o tráfego foi prejudicado por um incidente envolvendo um ônibus intermunicipal, que ficou preso em frente à estação José Lourenço após um buraco abrir no asfalto e engolir um de seus pneus dianteiros.
Uma equipe técnica da Secretaria Municipal da Infraestrutura foi enviada ao local para fazer a sinalização adequada da via e o levantamento dos serviços necessários para o reparo.
Após esse primeiro trecho, o trânsito esteve menos movimentado, com registros de alguns sinais vazios e pouca disputa por espaço. Esse, entretanto, não foi o cenário visto entre 6h e 8 horas do dia, intervalo no qual populares apontam ser de movimento mais intenso.
“Está dando um engarrafamentozinho. Junta os ônibus com os carros que ficam aqui também e aumenta. Começou perto de 7 horas. Umas 6h30, por aí. Até 8h30, 9 horas, foi só engarrafamento”, afirma o ambulante.
Esse possível trânsito maior tem preocupado trabalhadores da região, que se assustaram com o fluxo de veículos nesta manhã. Para os próximos dias, o temor é de que essa disputa por espaço entre ônibus, carros e motocicletas possa gerar mais problemas no cotidiano.
“Mais cedo estava caótico. Vim de moto e estava ruim. Tem ônibus que vai para um lado, outro vai para o outro e aí atrapalha o trânsito. Fica muito imprensado. Fica um ônibus aqui, outro carro aqui… A pista já é curta, né? Fica muito ruim”, comenta Ana Gabriele, 31, que trabalha em uma banca próximo a Estação Otávio Bonfim.