As escaladas da inflação e dos juros tem castigado o Brasil nos últimos meses, mas o cenário segue em aberto e pode piorar nas próximas reuniões capitaneadas pelo Banco Central (BC).
Os motivos para chegar à maior Selic dos últimos 19 anos foram expostas no relatório da instituição e envolvem "a conjuntura e a política econômica nos Estados Unidos" e, "em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho". Diante do problema, ainda não se conseguiu montar uma equação capaz de solucionar esse problema e os efeitos negativos se espalham entre todos.
A alta nos juros torna o crédito mais caro para os consumidores. Isso se reflete nos preços dos produtos e serviços e na tomada de empréstimos e juros de cartões de crédito. Efeito semelhante ao visto nas empresas, que têm menos capacidade de fazer a economia girar via tomadas de financiamento.
Já o Governo Federal sofre a dívida pública, a qual deve somar R$ 1 trilhão em um ano pela primeira vez na história. Ainda assim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém o silêncio após a decisão chancelada por seu indicado à presidência do BC, Gabriel Galípolo.
É verdade que não deixa de tomar medidas contrárias ao movimento anti-inflação, como o consignado CLT - de estímulo ao consumo -, mas sem a tensão com a qual combatia a gestão anterior. A saber se a postura e as medidas podem atenuar os efeitos sobre os brasileiros.